A audiência realizada no dia 6 deste mês, entre o deputado Filipe Barros, do Paraná, o presidente da Embrapa, Celso Moretti, e representantes do setor mandioqueiro, já começa a dar resultados. O parlamentar, que já havia destinado R$ 400 mil à Embrapa, anunciou durante a audiência mais R$ 1,2 milhão para os próximos dois anos, também através de emenda parlamento ao Orçamento Geral da União (OGU), totalizando R$ 1,6 milhão. Estes recursos destinam a investimentos em pesquisa de mandioca no Paraná, especialmente na região de Paranavaí.
O deputado também é autor de um requerimento endereçada à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, pleiteando a instalação de uma Unidade Mista de Pesquisa e Transferência de Tecnologia (UMIPTT) da Embrapa Mandioca e Fruticultura no campus do IFPR em Paranavaí.
Ao final da audiência, em que estava acompanhado de diretores e pesquisadores da instituição, lotados na Unidade de Mandioca e Fruticultura, Moretti determinou a realização de um planejamento de investimento dos R$ 1,6 milhão, inclusive com a efetivação de parcerias com outras instituições.
Foi neste contexto que foi realizada uma reunião no campus do IFPR-Paranavaí, entre o diretor da instituição, José Barbosa Dias Júnior, que estava acompanhado dos professores Rosimeire Silva, coordenadora do Curso de Agroindústria, e Carlos Eduardo Barão, do Curso de Agroindústria e chefe de Laboratório, o pesquisador da Embrapa Rudiney Ringenberg e o agroindustrial Ivo Pierin Júnior, que na audiência com o presidente da Embrapa representou a ABAM (Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca) e tem atuado junto ao IFPR como presidente do Sindicato Rural de Paranavaí.
COOPERAÇÃO TÉCNICA – Na avaliação do professor Barbosa, “foi uma reunião inicial em que começamos a avaliar as possibilidades de alinhamento entre o IFPR e a Embrapa, para conhecer o que cada instituição está fazendo e no que uma pode contribuir com a outra”.
Para tanto, o IFPR apresentou a Ringenberg as suas instalações e seus laboratórios (“alguns nem foram inaugurados ainda”, segundo Barbosa), para avaliar o que pode ser utilizado numa eventual parceria com a Embrapa. O diretor está otimista na possibilidade de ser celebrado um termo de cooperação técnica entre o Instituto e a Embrapa.
Este termo será a semente para a futura UMIPTT, que está inviabilizada a curto prazo em razão da falta de pessoal, principalmente da parte da Embrapa.
Barbosa informou que não há prazo para a celebração de convênio. “Agora a Embrapa vai nos passar informações de suas ações aqui na região, das pesquisas em andamento e quais são as principais demandas do setor. E vamos avaliar no que podemos ser parceiros e quais áreas podemos envolver no processo”, diz ele. A expectativa é que além do curso de Agroindústria também poderão participar os de Biologia e Química.
A ideia da cooperação técnica, no entanto não afasta a possibilidade de viabilizar a unidade de pesquisa. “Esta unidade é um desejo do deputado Filipe Barros e é também do IFPR. Mas agora temos problema de falta de pessoal. Acredito que assim que este problema for solucionado, teremos condições de implantar a UMIPTT”, destacou Barbosa.
MAIS EQUIPAMENTOS – O pesquisador Rudiney Ringenberg confirmou que a reunião, realizada na semana passada, é desdobramento da audiência entre a presidência da Embrapa, o deputado Filipe Barros e o setor mandioqueiro, representado por Pierin e o presidente do Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (SIMP), Guido Bankhardt.
Ele também avalia o encontro como positivo e que, momentaneamente, fica suspensa a possibilidade de instalação da unidade de pesquisa por conta da falta de pessoal. Mas também está animado com a aproximação com o IFPR e considera que há grandes chances de ações conjuntas. “Vamos descobrir no que podemos trabalhar juntos, no que podemos colaborar com o IFPR e no que eles podem colaborar com o trabalho da Embrapa”, disse.
O pesquisador informou que vai começar a fazer um levantamento dos trabalhos de pesquisa de mandioca que a Embrapa está realizando no Centro Sul do Brasil e encaminha-lo ao IFPR-Paranavaí para a verificação de onde poderão haver contribuições. “Com a união de forças vamos ter resultados mais robustos”, anima-se ele.
Sobre as instalações e especialmente os laboratórios, Ringenberg constatou que são de boa qualidade e especulou a possibilidade de que, com os recursos das emendas de Filipe Barros, adquiridos mais equipamentos para os trabalhos conjuntos. “Seriam para reforçar o que já existe”, disse ele.
FUNDO DE PESQUISA – Ringenberg também comentou a fundo para financiar as pesquisas de mandioca no Centro Sul do Brasil que está sendo criado pela ABAM e o SIMP. “É fantástico. Mostra o amadurecimento de toda a cadeia produtiva, que poderá demandar as pesquisas de acordo com seus reais interesses”, comentou ele.
Na avaliação do pesquisador, o Fundo pode contribuir com a parceria da IFPR e Embrapa e também com trabalhos que são desenvolvidas por outras instituições, como IAC, IAPAR e universidades. “Foi um passo importante para a cadeia produtiva de mandioca”, sentenciou ele.