Em reunião conjunta, a Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca (ABAM) e o Sindicato das Indústrias de Mandioca de Paraná (SIMNP) avaliaram que o preço da raiz da mandioca continua em alta em razão da estiagem que prejudica a colheita e na expectativa de que continue a escalada dos preços. No encontro de sexta-feira, algumas indústrias revelaram que, em alguns casos, no pagamento a prazo, estão pagando R$ 1,00 por grama de amido.
Em fevereiro deste ano as indústrias estavam pagando R$ 078,72 por grama de amido, segundo pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), instituição ligada à USP (Universidade de São Paulo.
Na reunião, os agroindustriais apontaram que o aumento do preço da raiz vai estimular a produção no campo, o que é uma boa notícia porque há a ameaça de falta de matéria-prima. Produtores tradicionais têm procurado culturas com melhor remuneração, como o milho e a soja. Esta prática tem provocado previsões de que poderá haver falta de mandioca no ano que vem.
Se o aumento no valor da raiz pode mitigar a escassez de raiz no próximo ano, de outro lado pode criar outro problema: os industriais não têm convicção de que vão conseguir repassar o aumento em seus produtos e se não conseguir terão que arcar com a diferença num mercado em que já não tem mais gordura a queimar. Por isso há uma certa apreensão no setor, que tem acompanhado atentamente a variação de preços.
SEMANA – Nesta segunda-feira (27), o CEPEA informou que a disponibilidade de lavouras de mandioca de segundo ciclo está baixa em todas as regiões acompanhadas pela instituição. Além disso, a estiagem continua dificultando os trabalhos de campo.
Como resultado, muitas empresas passaram a se abastecer em regiões mais distantes, aumentando a disputa pela matéria-prima.
Quanto aos preços, entre 20 e 24 de setembro, a média nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 522,60 (R$ 0,9089 por grama de amido), 0,8% acima da verificada no período anterior. (Com informações do CEPEA)