Ao longo de 2021, a oferta de mandioca foi praticamente a mesma da registrada no ano anterior, apesar do clima desfavorável no período. O clima seco, principalmente no outono, prejudicou o avanço da colheita de forma expressiva. No inverno, que foi mais rigoroso que em anos anteriores, as geadas chegaram a causar perdas em algumas lavouras, inclusive do material de plantio (manivas).
Dados do Cepea apontam que a moagem de mandioca pelas fecularias em 2021 deve ser de 1,95 milhão de toneladas, apenas 0,12 % abaixo da verificada em 2020. Isso se deve ao crescimento de 4% no esmagamento no primeiro semestre de 2021 em comparação com o mesmo período de 2020 – na segunda metade do ano, porém, houve diminuição de 4,4%.
Em todos meses de 2021, o teor de amido foi menor que os de anos anteriores, o que foi bastante considerado na tomada de decisão de comercialização dos produtores. Na média de 2021, o rendimento de amido foi de 542,83 gramas, 0,2% abaixo do observado em 2020.
Por outro lado, enquanto as cotações de outros produtos concorrentes da mandioca em área, como grãos e cana-de-açúcar, se recuperaram, os valores da raiz subiram somente no segundo semestre. Isso deve afetar a área plantada em 2021 e a colheita de 2022 e 2023, assim como as cotações nesses períodos.
Os preços da mandioca tiveram altas mais consideráveis a partir de julho, quando os agricultores já haviam feito o planejamento de plantio e tomado a decisão sobre o total das áreas a serem ocupadas com a mandiocultura.
Além disso, simulações realizadas pelo Cepea apontaram aumento nos custos de produção em regiões dos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. As altas nos custos foram ainda mais expressivas nos últimos meses do ano, em função da valorização do dólar frente ao Real.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021, a área a ser colhida com mandioca de mesa e industrial deve ser de 1,23 milhão de hectares, 2,8% menor que a de 2020. A produtividade média brasileira deve ficar estável em 14,9 t/ha no mesmo comparativo. Com isso, a produção brasileira pode recuar 2,6% em 2021, para 18,4 milhões de toneladas.
Com exceção de setembro, as médias nominais da raiz foram superiores às de 2020 nos demais meses de 2021. Já em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI), os valores mensais de 2021 superaram os do ano anterior em maio, junho, agosto, setembro e novembro.
No primeiro semestre de 2021, o preço médio nominal da tonelada de mandioca posta indústria foi de R$ 442,12 (R$ 0,7691 por grama de amido). Na segunda metade do ano, a valorização foi de 24,9%, para R$ 552,39/t (R$ 0,9606 por grama de amido). A média de 2021 foi de R$ 496,17/t (R$ 0,8629 por grama de amido), superando em 28% a de 2020. Em termos reais, o valor médio de 2021 esteve 0,4% acima do registrado no ano anterior. (Do site Investing.com)