A exportação de fécula de mandioca cresceu 80% no Paraná, entre 2020 e 2021, de acordo com dados da Agrostat, base de estatísticas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Segundo os dados, em 2020 o Paraná exportou mais de sete mil toneladas de fécula de mandioca. Em 2021, entre janeiro e novembro, foram mais de 12 mil toneladas exportadas.
Além de ser o maior produtor de mandioca para fins industriais, tanto em área plantada como na concentração de indústrias, o estado do Paraná se tornou o maior exportador do produto no Brasil, com 35% das vendas. Em seguida aparecem os estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo.
De acordo com o diretor da Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca (ABAM), Ivo Pierin Junior, o mercado internacional ainda está sendo estudado. “O mercado internacional funciona de uma maneira um pouco diferente do doméstico porque ele precisa ser ofertado para se consolidar. Então, é um exercício novo para nós brasileiros, tendo em vista que a nossa produção é praticamente toda consumida no mercado interno”, explica.
Por conta do aumento da demanda, uma indústria que fica no noroeste do Paraná cresceu 20% em 2021 e novos postos de trabalho foram criados. Para 2022, a empresa deve contratar mais pessoas para atuar na expansão da fábrica. ”A nossa empresa hoje exporta cinco por cento da produção. Abrindo esse mercado, vamos precisar de mais mão de obra e assim aconteceu com a nossa empresa no ano passado”, diz o diretor da indústria, Maurício Gehlen.
Segundo a ABAM, em 2021 a indústria de fecularia atendeu todo o mercado interno e também conseguiu exportar. “Os preços da mandioca ficaram muito competitivos a nível internacional, em função da alta do dólar e em função de uma demanda internacional que não estava suprindo a demanda dos compradores. Alguns países asiáticos, como Tailândia e Vietnã, concentraram a exportação para a China e para o mercado asiático e sobraram outros países para serem atendidos pelo Brasil”, explica Ivo Pierin Junior.
CONDIÇÕES ADEQUADAS – O noroeste do Paraná concentra a maior produção de mandioca do estado por conta das condições climáticas e do solo, que é mais arenoso e não é apropriado para outras culturas, como explica Salatiel Turra, diretor do DERAL (Departamento de Economia Rural), ligado à Secretaria Estadual da Agricultura. “É uma região onde o solo não é tão favorável para o desenvolvimento de outras culturas, mas é aproveitado de maneira bastante adequada porque a mandioca se adapta ao solo da região e, através da produção de mandioca, a gente consegue obter a fécula”, afirma Turra.
De acordo com Ivo Pierin Junior, as condições adequadas proporcionam uma mandioca de maior qualidade e aplicabilidade. “Nós produzimos no Paraná uma fécula e uma farinha de excelente qualidade. Nossa mandioca é muito branca, nossa farinha é muito branca. A fécula daqui tem uma aplicação nos mais diversos mercados. Por exemplo, ela é muito apropriada para a produção de tapioca, que é um produto típico do Brasil, do Nordeste, que vem sendo consumido no Brasil como um todo”, explica o diretor. (Do Caminhos do Campo – RPC)
Assista a reportagem completa clicando aqui.