Empresários do ramo da indústria de mandioca deram sinais de que o preço da grama do amido, que vinha tendo seus preços reajustados semanalmente desde o ano passado, pode estar próximo de uma estabilização. E uma das contribuições para esta estabilização de preços é a elevação da renda do amido, que, no mesmo período, esteve bastante prejudicada.
Na última reunião ordinária do Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (SIMP), os agroindustriais apontaram que reduziu bastante a entrega de mandiocas isoporizadas e começou a entrega de mandiocas mais novas. Além disso, as indústrias perceberam uma redução drástica nos casos de podridão da raiz.
Com o preço médio da grama de amido em R$ 1,50 e o aumento da renda, alguns produtores chegaram a ser remunerados em R$ 900,00 a tonelada. “Se os preços se estabilizarem no valor que estão sendo praticados, com certeza os produtores de mandioca terão boa lucratividade na sua atividade”, avalia o presidente do SIMP, João Eduardo Pasquini.
ESTABILIZAÇÃO DOS PREÇOS – Pasquini diz como o preço do grama chegou recente ao R$ 1,50 “ainda é cedo para avaliar se este preço vai se estabilizar. “Algumas empresas ainda estão com dificuldade em se abastecer, não estão trabalhando na sua capacidade total. Mas há uma tendência de estabilização. Isto já se pode notar”.
Mas, aponta ele, o setor percebe que o preço já subiu bastante. “Com R$ 1,50 a grama, numa lavoura com renda boa, o produtor está pegando um valor razoável, um valor excelente para a comercialização”, analisa o presidente.
Uma das consequências deste preço, “que está ótimo para o produtor”, é que ele deve estimular mais produtores a comercializar sua produção de mandioca, permitindo que as indústrias voltem a operar em sua capacidade máxima, já que a maioria ainda está operando com 20% a 40% de sua capacidade ociosa.
“A gente não tem ainda uma avaliação que (o preço) vai estabilizar, mas a gente vê que o preço está praticamente no teto. Já subiu muito e quando sobe muito, diminui o consumo, porque os preços ficam bem acima do que era praticado”, diz Pasquini, para quem não há mais espaço para reajustes, já que as indústrias não conseguem repassar as altas para frente. “Então, acreditamos que (o preço) está no teto. E se não está, está bem próximo disso”, afirma.
RENDA – Sobre a melhoria de renda verificada nos últimos dias pelas indústrias, tendo algumas cargas de até 650 gramas na balança hidrosdtática, melhorando a renda média, Eduardo Pasquini explicou que as secas e as geadas do ano passado prejudicaram as raízes e atrasaram sua maturação.
“Quando voltou a chover regularmente, no início deste ano, e que se mantém com uma certa regularidade, a mandioca começou a dar uma renovada, começou a se desenvolver. Agora a gente chega num período mais frio e a mandioca começa a madurar. Então, aquelas áreas que estavam com renda bem baixa, começaram a melhorar. Acredito que com o passar do tempo vai melhorar mais”, diz ele.
A exceção são para as áreas em que a mandioca isoporizou. “Estas não tem mais recuperação”, sublinha Pasquini, asseverando, no entanto, que nas áreas com as mandiocas isoporadas “o produtor já antecipou a colheita.(…) Acho que daqui pra frente a tendência é as rendas melhorarem ainda mais”, finalizou o presidente do SIMP.