Com a baixa liquidez no mercado dos derivados, parte da indústria tem optado por diminuir o ritmo de moagem. Quanto à oferta, está abaixo das expectativas dos agentes das indústrias. Mandiocultores têm mostrado pequeno interesse na comercialização de raízes mais novas e estão priorizando o plantio. Assim, os preços seguiram com alterações pouco expressivas.
Entre 5 e 9 de setembro, o preço médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 934,93 (R$ 1,6260 por grama de amido), com leve alta de 0,2% na comparação com a média da semana passada. A valorização real (deflacionamento pelo IGP-DI) frente ao mesmo período do ano passado é de 96,2%.
O esmagamento semanal de mandioca pela indústria de fécula totalizou 32,7 mil toneladas, segundo estimativas do Cepea, recuo de 34,9% ante ao do período anterior. Vale destacar que o rendimento de amido vem apresentando quedas consecutivas. Nesta semana, a baixa foi de 0,5%, para 502,34 gramas (balança hidrostática de 5 kg).
Dentre as regiões acompanhadas pelo Cepea, o oeste do estado de São Paulo tem registrado maior disponibilidade de lavouras disponíveis para a colheita, atraindo a demanda para a região, principalmente por empresas do Paraná. O preço médio registrou aumento de 0,3% na semana, para R$ 814,96/t (R$ 1,4173 por grama de amido).
A maior parte da indústria de fécula do noroeste do Paraná continuou dependendo fortemente das raízes do estado de São Paulo e de Minas Gerais. No extremo e no centro-oeste paranaenses, as chuvas e o menor interesse dos agricultores pela comercialização de raízes mais novas mantiveram a oferta limitada. Por outro lado, parte da indústria do estado manteve a moagem baixa nos últimos dias, e o preço médio semanal caiu ligeiro 0,2%, para R$ 958,33/t (R$ 1,6562 por grama de amido).
No extremo-sul de Mato Grosso do Sul, apesar das chuvas, a oferta esteve ajustada com a demanda da indústria local. No sudeste do estado, a colheita avançou pouco nos últimos dias, com parte da indústria interrompendo a moagem em alguns dias, sobretudo por conta do feriado. Em MS, a média semanal foi de R$ 952,31/t (R$ 1,6667 por grama de amido), com avanço de 0,63%.
Agricultores que antes haviam sinalizado colheita para este quadrimestre (de setembro a dezembro), agora devem postergar a atividade, devido aos menores rendimento de amido e produtividade.
Segundo estimativas do IBGE, a área a ser colhida com mandioca no Brasil deve crescer apenas 1% neste ano, totalizando 1,24 milhão de hectares. No mesmo período, a produtividade média deve cair 2,9%, para 14,5 t/ha. Assim, a produção brasileira em 2022 deve recuar 2%, para 18,1 milhões de toneladas. Dentre os estados brasileiros, o Paraná que deve ter a diminuição mais expressiva na área colhida, de 7,4%, com produtividade média 3,2% menor. Desse modo, a produção paranaense – que representa 16% do total nacional – pode recuar 10,4%.
FÉCULA – Compradores de fécula seguem retraídos, sobretudo após as quedas recentes nos preços do derivado. Além disso, o feriado da semana também diminuiu o ritmo das vendas, que envolveram volumes baixos e foram destinadas a segmentos voltados ao consumidor final. Apesar de a produção ter caído na semana, segundo estimativas do Cepea, a quantidade do derivado nos estoques das fecularias e modificadoras registrou leve alta de 1,2%.
Ainda houve pressão sobre as cotações; no entanto, vendedores seguiram firmes em suas posições nesta semana. Entre 5 e 9 de setembro, o valor médio nominal a prazo da tonelada de fécula (FOB fecularia) foi de R$ 4.828,79 (R$ 120,72 por saca de 25 kg), com ligeira alta de 0,16%. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a elevação é de 80,7%, em termos reais.
No Paraná, o mercado de fécula também teve baixa liquidez, com vendas pontuais para o segmento de massas e panificação, atacadistas e entre as próprias fecularias. A média semanal no estado foi de R$ 4.831,14/t (R$ 120,78 por saca de 25 kg), com leve alta de 0,15%.
Em Mato Grosso do Sul, poucos negócios foram efetivados com o segmento de massas e as modificadoras de amidos. No estado, a média da semana subiu 0,25%, para R$ 4.834,06/t (R$ 120,85 por saca de 25 kg).
No estado de São Paulo, as vendas da indústria tiveram ligeira melhora, destinadas aos frigoríficos e ao setor de massas e panificação. O preço médio na região caiu apenas 0,09%, para R$ 4.787,73/t (R$ 119,69 por saca de 25 kg). Os estoques desta semana nas fecularias e modificadoras estão 17,8% menores que os do mesmo período do ano passado. Assim, a demanda pode ser retomada devido à necessidade de reposição de estoques na maioria dos segmentos consumidores. O consumo aparente calculado pelo Cepea em agosto caiu 15%. A retomada também deve ser observada no mercado externo. A quantidade de fécula exportada em agosto cresceu 40% frente a julho, de acordo com os dados da Secex, e ainda há programações de embarques pelo menos até novembro.
Na Tailândia, o preço da tonelada de fécula para exportação teve queda semanal de 1%, para US$ 510,00 (FOB aduana de origem). Na comparação com o mesmo período do ano passado, a baixa é de 6,2%, de acordo com dados do Thai Tapioca Starch Association (TTSA). (Fonte: Cepea)