Lançada em 2016, a mandioca da variedade BRS CS 01 está passando por uma avaliação nos estados do Paraná, São Paulo e no Mato Grosso do Sul. A ideia da Embrapa Mandioca e Fruticultura, com sede em Cruz das Almas (BA) é avaliar o impacto econômico, social e ambiental da variedade.
Nesta quarta-feira (10) em Paranavaí, a economista Áurea Fabiana de Albuquerque Jerum, pesquisadora da Embrapa e que será responsável pelo relatório final da avaliação, contou que, até agora a variedade se mostra altamente positiva em algumas áreas e em outras nem tanto. “Depende do tipo do solo”, diz ela.
Segundo a pesquisadora, a intenção é ouvir pelo menos 20 produtores de cada Estado. No Paraná a pesquisa está acontecendo nas regiões de Paranavaí (maior produtora de mandioca do país para fins industriais), Marechal Cândido Rondon, Assis Chateaubriand e Umuarama.
Este tipo de avaliação acontece quando a Embrapa percebe que a variedade foi efetivamente adotada pelos produtores.
AGRICULTIRA REGENERATIVA – Áurea Jerum conta que a Embrapa quer avaliar os aspectos econômicos (produtividade e teor de amido), aspectos sociais (geração de emprego e renda) e ambientais. “A BRS CS 01 é ideal para a regeneração de áreas, é indicada pra quem pratica a agricultura regenerativa”, diz a pesquisadora com base nas entrevistas já realizadas, acrescentando que é recomendada para o sistema conservacionista do plantio direto
A ideia é que o relatório esteja concluído até o final de janeiro próximo. Mas a divulgação será na edição especial de 50 anos da Embrapa do Balanço Social da empresa, uma publicação anual.
As informações que estão sendo colhidas agora contribuirão, segundo a pesquisadora, para eventuais aperfeiçoamentos da variedade.
COBERTURA DE SOLO – Nos experimentos realizados antes do seu lançamento, segundo a Embrapa, a BRS CS 01 apresentou boa cobertura de solo em relação às variedades mais usadas, permitindo conduzir a lavoura com menos capinas, o que implica redução de custos. Tem ainda bom porte, característica importante para o plantio mecanizado. Em relação às principais doenças (superalongamento, bacteriose e antracnose), a reação da BRS CS 01 foi similar à outras cultivares. O grande diferencial ficou por conta das características relacionadas à produtividade. No primeiro ciclo (colheita aos dez meses), a produtividade de raízes foi pelo menos 31% maior que a das variedades atualmente plantadas; e no segundo ciclo (colheita aos 18 meses), o aumento registrado girou em torno de 93%.
A superioridade da BRS CS 01 nos dois ciclos indica que esse clone alia a precocidade, que lhe permite ser colhido com um ciclo, à capacidade de aumentar significativamente a produtividade no segundo ciclo. A precocidade foi uma das características mais destacadas nos campos experimentais de parceiros da Embrapa.