Neste período de entressafra, a oferta de mandioca segue abaixo da demanda, contexto que segue dando sustentação aos preços. Mandiocultores estão sem interesse pela comercialização das lavouras mais novas, devido à baixa produtividade agrícola, e as chuvas também dificultaram os trabalhos de campos nesta semana.
Assim, entre 5 e 9 de dezembro, estimativas do Cepea apontam que o volume de esmagamento nas fecularias deve totalizar 39,4 mil toneladas, ligeiro 0,3% abaixo do que se registrou no período anterior. A ociosidade média ficou em 61% da capacidade instalada.
O valor médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 1.175,27 (R$ 2,0439 por grama de amido), com alta semanal de 1,2%. Em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI), a média supera em 63% a de igual período do ano passado, sendo a terceiro maior de toda a série histórica do Cepea, iniciada em 2002.
Das regiões acompanhadas, o oeste do estado de São Paulo foi a mais prejudicada pelas chuvas no início da semana, o que limitou a colheita em muitas áreas. Ao mesmo tempo, parte dos agricultores já terminou as entregas por este ano. Diante disso, a média na região subiu 2,1% na semana, para R$ 1.118,83/t (R$ 1,9458 por grama de amido).
A oferta de mandioca recuou no sudeste de Mato Grosso do Sul, em razão da menor disponibilidade de lavouras. A quantidade ofertada, inclusive, foi insuficiente para atender à demanda das empresas da região, mesmo diante da redução da moagem. No extremo-sul de Mato Grosso do Sul, a disponibilidade de lavouras é um pouco maior, mas a demanda segue fortalecida, inclusive, por fecularias paranaenses. Em MS, a média semanal subiu 0,6%, para R$ 1.154,56/t (R$ 2,0079 por grama de amido).
Muitas empresas do extremo-oeste do Paraná já interromperam a moagem neste ano, mas agentes das unidades ativas relatam dificuldades para se abastecer. Apesar do maior interesse de colheita de uma parte dos agricultores, a oferta ficou abaixo da demanda das indústrias do noroeste e centro-oeste do estado. Na semana, o preço médio do Paraná foi de R$ 1.194,59/t (R$ 2,0776 por grama de amido), com alta de 0,8%.
Estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que a área a ser colhida com mandioca neste ano deve ser de 1,2 milhão de hectares, com avanço de 0,6% frente à do ano anterior. A produtividade média pode cair 0,9%, para 14,8 t/ha. Como resultado, a produção estimada para 2022 é de 18,2 milhões de toneladas, 1,5% menor que a do ano anterior.