Em um experimento que vem sendo realizado na Fazenda Santa Lúcia, em Alto Paraná, a variedade de mandioca Boitatá apresentou uma produtividade acima da média. Uma lavoura de cinco alqueires, de 2 anos e 2 meses, “fechou” em 127 toneladas por alqueire, com uma renda média de amido de 580 gramas.
Oficialmente a Boitatá sequer foi lançada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Para os pesquisadores, ela é ainda a variedade 2010 56-18 (BRS Boitatá).
As informações são do pesquisador Rudiney Ringenberg, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, de Cruz das Almas (BA), que está à frente do experimento em Alto Paraná e da maioria das pesquisas com a raiz no Estado.
Segundo ele, a Boitatá segue a mesma linha das variedades BRS CS01 e BRS 420 da Embrapa, já lançadas, e a BRS Ocauçu, que, oficialmente, ainda é a 2010 55-04. “Estas são as primeiras variedades da Embrapa em que um programa de melhoramento se preocupou em desenvolvê-las desde o início dentro do sistema de plantio direto, ou seja, são variedades que foram selecionadas no plantio direto e se destacaram. Então são totalmente recomendadas para o plantio direto”, explica Ringenberg.
O pesquisador aponta ainda que a variedade tem rápido fechamento foliar. “Isto faz um ótimo competidor com o mato. Então você tem menos capina com as variedades da Embrapa”, garante.
A Boitatá, como as outras variedades da Embrapa são precoces e, de acordo com o pesquisador, então passível de já ter uma boa renda de primeiro ciclo, amidos com alta qualidade e tem genética definida – são registradas no MAPA, passíveis de os produtores fazem financiamento”.
Embora sejam variedades altamente competitivas tanto no primeiro como no segundo ciclo, como qualquer variedade de mandioca, “o produtor tem que plantar um pouco, ir testando, porque as vezes uma cultivar não vai bem, mas a outra vai. Então ele tem que devagar ir conhecendo as variedades – nós já temos quatro variedades” finaliza ele.