A estimativa da safra 19/20 divulgada pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento indica que a produção total de grãos no Paraná poderá chegar a 41,6 milhões de toneladas em uma área de quase 10 milhões de hectares. Esse volume é 16% superior ao da safra 18/19, quando foram produzidas 36 milhões de toneladas.
O relatório comprova uma safra de soja recorde no Estado, próxima a 20,7 milhões de toneladas. Também houve melhora na avaliação do milho de primeira safra. “Além disso, confirma-se uma área próxima de 2,3 milhões de hectares para o milho da segunda safra, com cerca de 14 mil hectares a mais do que indicava o relatório do mês passado”, avalia o chefe do Deral, Salatiel Turra. A safra de grãos de verão mantém-se acima de 24,6 milhões de toneladas.
A estiagem histórica no Paraná, – a baixa precipitação já dura dez meses, segundo o Simepar – deixa os produtores em alerta, ainda que a produção estimada tenha melhorado. “A colheita da segunda safra de feijão, que começa a acelerar, traz uma perspectiva de produção em torno de 334 mil toneladas, menor do que o avaliado anteriormente, como reflexo da seca, já que o feijão é uma cultura muito sensível às variações de temperatura”, diz o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
MANDIOCA – O clima seco prejudica a colheita da mandioca no Paraná, principalmente nos núcleos regionais com produção mais expressiva, como Paranavaí, Toledo, Umuarama e Campo Mourão.
Até o momento, a qualidade e produtividade nos 23% da área colhida estão satisfatórias. No mesmo período do ano passado, o índice era de 21%. Nas últimas semanas, no entanto, os produtores observaram um aumento nos custos de produção, em decorrência da mão de obra.
A área da safra 19/20 está estimada em 141,6 hectares, aumento de 4% na comparação com a safra anterior, e a produção esperada é de 3,4 milhões de toneladas, 9% a mais do que na safra 18/19. Segundo o economista Methodio Groxko, a mandioca registrou preços muito bons nos últimos anos, mas a pandemia do novo coronavírus afetou todos os seguimentos econômicos. “No Paraná, com a redução da demanda, algumas indústrias de fécula e farinha já estão registrando queda de aproximadamente 40% na moagem do produto, o que afeta a comercialização”, diz.
A falta de escoamento da fécula refletiu nos preços. O mercado nordestino, que registra uma boa produção neste período, não está demandando o produto paranaense, responsável por 65% da produção nacional. Atualmente, a tonelada de mandioca é comercializada a R$ 342,00. Embora o preço tenha subido 7% na comparação com o ano passado, não compensa o aumento nos custos de produção. (Com informações do Deral/Seab)