Ainda dentro do projeto coordenado pelo ISI Biomassa (Instituto Senai de Inovação em Biomassa), localizado em Três Lagoas (MS), que busca fórmulas alternativas para a produção de álcool em gel, pesquisadores encontraram a possibilidade de fabricar o produto a partir da fécula de mandioca. O projeto tem apoio do ISI Biossintéticos e Fibras (Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras), localizado no Rio de Janeiro (RJ), e do ISI Polímeros (Instituto Senai de Inovação em Engenharia de Polímeros), que fica em São Leopoldo (RS).
Trata-se da fécula de mandioca modificada, um derivado obtido por meio de uma modificação química. “Após a realização de testes de bancada para comprovar seu poder de espessamento, algo que a literatura técnica já mencionava, além de testes físico-químicos, como de viscosidade, conseguimos concluir que o derivado é um produto equiparado às soluções alternativas de espessantes sintéticos já utilizados no mercado em termos de estabilidade para utilização em álcool em gel 70%”, explicou a pesquisadora do ISI Biomassa, Jéssica Gallardo.
A diferença fica apenas por conta da cor, que é um pouco mais turva do que nas fórmulas que utilizam como espessantes o carbopol ou mesmo o derivado da celulose, com um tom ligeiramente creme. “No entanto, seu poder de espessamento equivalente ao do álcool em gel com base de celulose e a eficácia no combate ao coronavírus das três fórmulas é exatamente a mesma”, reforçou a pesquisadora.
Ela ainda destacou a importância de se encontrar um espessante a partir de um produto tão fácil de ser encontrado. “Com a escassez de produtos espessantes comerciais no mercado e uma grande migração dos produtores de álcool em gel para os diferentes derivados de celulose, abrir mais uma opção de utilização de espessante é, de certa maneira, poder suprir o mercado em momentos de escassez. Assim como a mandioca, a fécula é um produto altamente disponível, de origem vegetal e preço muito acessível”, comentou.
Com os testes de bancada já finalizados, a próxima etapa agora será o escalonamento da nova fórmula, ou seja, uma produção em maior escala. “No entanto, devido à etapa do tratamento químico da fécula, ou seja, uma etapa de escalonamento a mais, o planejamento para essa produção ainda está sendo meticulosamente estruturado para que parâmetros de processos industriais sejam previstos de forma a otimizar o custo de produção como um todo”, finalizou Jéssica Gallardo. (Do Portal Enfoque MS)