A Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca (ABAM) e o Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (SIMP) vão formalizar, em 30 dias, a criação do FDM Centro Sul (Fundo para o Desenvolvimento da Mandioca do Centro Sul do Brasil). As entidades vão realizar assembleias gerais extraordinárias que serão convocadas oficialmente por edital para aprovação da criação do fundo.
Informalmente, a iniciativa de criação da ferramenta de apoio a pesquisa foi aprovada por unanimidade na reunião conjunta das duas entidades na manhã desta sexta-feira, dia 25, por videoconferência. Produtores de fécula e farinha consideraram a aprovação como um marco para o setor.
O assunto foi conduzido pelo presidente da ABAM, Valter de Moura Carloto que falou da necessidade de se “criar um fundo financeiro para que o setor possa investir em tecnologias relacionadas desde o plantio até a industrialização da cultura da mandioca no centro sul do Brasil”. Citou que a finalidade do FDM é o desenvolvimento de tecnologias para a cultura e apontou, como exemplos, o desenvolvimento de novas variedade junto a órgãos de pesquisas como a Embrapa, IDR/Iapar, IAC, etc; divulgação e o aprimoramento do plantio direto; desenvolvimento, junto a empresas multinacionais, de agroquímicos seletivos à cultura e com eficiente controle de ervas daninhas e pragas da cultura; e apoiar empresas para desenvolver máquinas para colheita mecânica da mandioca.
O fundo será capitalizado através das indústrias de mandioca associadas a ABAM e ao SIMP (que poderão fazer parceria com produtores de mandioca) e contribuições de empresas fornecedoras das indústrias, A proposta de Carloto para as indústrias é de que o valor de contribuição seja com base no processamento de mandioca. Ele sugeriu uma contribuição de 0,025% do valor pago pela mandioca. A proposta é que as contribuições comecem em setembro.
O Fundo terá conta corrente e gestão própria e profissional. A proposta é a criação de um conselho gestor com representantes das duas entidades. Os agroindustriais insistiram na necessidade de dar transparências às ações do fundo e que ele tenha regras rígidas para liberação de recursos, de forma a garantir que todo investimento seja do interesse exclusivo do setor.
Os agroindustriais definiram a reunião desta sexta-feira como um marco para o setor e vários deles manifestaram a confiança de que haverá um avanço significativo da cadeia produtiva com a possibilidade de financiar pesquisas ao setor.
O presidente Carloto não escondeu sua satisfação pela aprovação de sua proposta e acredita que o FDM Centro Sul será uma ferramenta importante para vencer os principais desafios do setor, como a mecanização da colheita, variedade mais produtivas, resistente e adaptadas à indústria e herbicidas eficientes para as lavouras de mandioca.