Ao transmitir o cargo de presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (ABAM) ao seu sucessor, Valter de Moura Carloto destacou as várias conquistas do setor nos últimos anos. “O setor avançou, se modernizou e tem novas perspectivas. Mas este mérito não é meu, é nosso, ou seja, de todos nós”, disse ele já na abertura de seu pronunciamento.
Carloto transmitiu a presidência da ABAM para o agroindustrial Paulo Lopes durante cerimônia realizada logo após a última reunião ordinária da entidade, na última quinta-feira, dia 30, em Maringá. Na sequência tomaram posse os novos diretores.
A cerimônia de posse da nova diretoria, eleita por unanimidade no dia 27 de abril, foi aberta com as palavras do presidente que deixava o cargo, Valter Carloto. “Ao encerrar esta gestão minhas palavras são de agradecimento, a começar pela confiança que tiveram em minha pessoa. Foi uma honra ocupar a presidência da ABAM por oito anos”, iniciou, para em seguida manifestar sua gratidão aos que desde 1991 vêm e dedicando à entidade, aos associados e aos parceiros Embrapa, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina, Instituto Agronômico de Campinas, Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Mandioca e Derivados e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, “instituições respeitadas nacionalmente e que dão grande contribuição para o desenvolvimento do nosso setor. A cadeia da mandioca deve muito a essas instituições”.
Agradeceu, ainda, aos colaboradores da entidade, sua família e à C. Vale, empresa em que atua como gerente do Departamento de Amidos, “que compreenderam a necessidade de viagens pela ABAM”.
CONQUISTAS – Carloto destacou que assumiu a presidência em 2014 para completar o mandato do então presidente João Eduardo Pasquini, que deixou cargo para tratar de assuntos particulares. “Devido a confiança de vocês, depois fui eleito e reeleito para o cargo. Era para ser só uns meses e acabou sendo oito anos. Neste período procurei, dentro das minhas possibilidades, fazer e dar o melhor que pude pelo nosso setor. Mas mais recebi do que dei, porque na ABAM, aprendi muito, cresci pessoal e profissionalmente. E com o apoio de vocês, obtivemos algumas conquistas”, enfatizou.
Dentre as conquistas, Carloto lembrou da formação de um grupo de trabalho que reuniu os melhores pesquisadores e técnicos para desenvolver uma colheitadeira de mandioca; a criação do Fundo para o desenvolvimento da Mandioca (FDM) para o Centro Sul do Brasil, em parceria com o Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (SIMP); o recebimento de recursos públicos para pesquisa, através de emenda ao Orçamento da União pelo deputado Filipe Barros (R$ 1,6 milhão); o início das negociações para a instalação em Paranavaí de uma Unidade Mista de Pesquisa da Embrapa junto com o Instituto Federal do Paraná; o recorde histórico das exportações da fécula de mandioca brasileira; a participação da ABAM no Comitê Assessor Externo da Embrapa mandioca e Fruticultura, permitindo à entidade levar as demandas e reivindicações para melhorar a produtividade da mandioca; e o mercado de panificação, com a adição da fécula à farinha de trigo.
Ao encerrar, Carloto disse que a ABAM “vai ficar em excelentes mãos, O Paulo Lopes é um empresário experiente e competente, pois tem um amplo conhecimento de toda a cadeia produtiva da mandioca. Não tenho a menor dúvida de que sua gestão será repleta de conquistas”. E finalizou pedindo aos associados que deem ao Paulo Lopes “o mesmo apoio que deram a mim e aos meus antecessores. O presidente é só um gestor e a ABAM somos todos nós”.
AJUDA DE TODOS – Por sua vez, o presidente empossado Paulo Lopes disse que vai se empenhar na função. “Vou procurar dar o melhor”, garantiu ele, agradecendo pela confiança dos associados ao seu nome.
Ele agradeceu a presença de todos e de forma especial alguns industriais que ainda não fazem parte da ABAM, mas que vieram prestigiá-lo e estão se aproximando da entidade. Agradeceu também as “todos que passaram pela entidade e que fizeram muito pelo nosso setor”.
Lopes cumprimentou de forma especial seu antecessor, Valter Carloto, pela forma que conduziu a entidade e pelos avanços verificados na gestão dele.
Encerrou fazendo um apelo aos associados. “Vamos dar continuidade aos trabalhos realizados até aqui. Mas vou precisar muito dos diretores e associados. Conto com vocês”, arrematou.
Na cerimônia também fizeram uso da palavra os presidentes do SIMP e do FDM, respectivamente, Eduardo Pasquini e Ivo Pierin Júnior.
Pasquini iniciou suas palavras destacando o trabalho do então presidente Carloto: “se era para ficar uns meses e ficou oito anos é porque é bom”, disse ele, apontado as várias conquistas obtidas na gestão.
O presidente do SIMP assinalou que o novo presidente da ABAM “é um grande empresário, com uma visão empreendedora, que o levou a possuir hoje cinco plantas industriais. Já demonstrou competência e tenho certeza que realizará um ótimo trabalho”.
Pasquini ainda apontou que o setor tem condições de crescer mais: “Chegamos a falar em produzir dois milhões de toneladas de fécula ao ano, mas o máximo que conseguimos foi chegar a 780 mil toneladas. Mas é possível avançar. E uma das boas opções é o mercado externo”.
Pierin, por sua vez, agradeceu a Paulo Lopes por ter aceitado o desafio do presidir a ABAM. Citou que os avanços do setor é consequência de outras pessoas também terem aceitado desafios. “Temos que agradecer ao Paulo por ter coragem de aceitar este desafio”, disse ele, assegurando que o novo presidente receberá o apoio dos seus pares.
O presidente do FDM lançou um novo desafio ao sugerir a realização de uma nova viagem técnica à Tailândia, maior exportador de mandioca do mundo, para “conhecer o sistema de organização deles. É um exemplo de organização.
No início dos anos 2000 foram realizadas duas viagens técnicas à Tailândia.