A alteração no percentual de fécula de mandioca que pode ser adicionada em embutidos, passando de 7% para 20%, está sendo amplamente debatida pelo setor, especialmente na Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca (ABAM), Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (SIMP) e agora também pela Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Mandioca e Derivados. Aliás foi na Câmara que se definiu o primeiro passo concreto para a revisão da norma que trata da limitação, especialmente nas salsichas. Até então, o teto era de 20%.
O tema foi levantado na Câmara pelo representante da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Ivo Pierin Júnior, que também é diretor da ABAM e do SIMP. Segundo ele, é extremamente importante para o setor a revisão.
Além de contemplar o setor, o aumento de fécula nos embutidos vai facilitar o acesso da proteína animal para famílias de baixa renda. “Com mais fécula, vai baratear o custo destes produtos, reduzindo o preço para o consumidor final, tornando-o mais acessível”, defendeu Pierin.
Usado para dar consistência aos embutidos, o aumento da fécula não é prejudicial à saúde e nem compromete a qualidade do produto. Com mais fécula o embutido reduz a quantidade de proteína animal, e por isso pode ser enquadrado com uma linha inferior de produtos, com preço menor.
A norma que regulamenta a percentagem de fécula nos embutidos é do Ministério da Agricultura, segundo esclareceu Helinton Rocha, coordenador das Câmaras Setoriais da pasta. Ele orientou que para uma revisão há necessidade de um estudo técnico sobre o assunto.
A primeira proposta que está sendo articulada é que este estudo seja realizado pela Embrapa Agroindústria de Alimentos, que atua em pesquisa, desenvolvimento e inovação agroindustrial de alimentos. A unidade busca diversificar o uso e melhorar o aproveitamento de matérias-primas agropecuárias, além de desenvolver técnicas de processamento que permitam a ampliação de seu período de consumo e/ou comercialização para a garantia da segurança e a qualidade dos produtos.
Pierin e o consultor técnico da Câmara, Carlos Estevão Cardoso, que pertence aos quadros da Embrapa mandioca e Fruticultura vão encaminhar o assunto buscando alternativas para a realização do estudo técnico.