O longo período de estiagem no segundo semestre de 2019, que atrasou o plantio da mandioca em parte das regiões do Centro-Sul, pode resultar em menor produtividade das raízes a serem colhidas ao longo deste ano, segundo prevê o CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Universidade de São Paulo (USP). Diante deste cenário, o economista Fábio Isaias Felipe, pesquisador do Centro, admite que poderá reduzir a oferta de matéria-prima para as fecularias. “Sim, pode haver uma oferta mais restrita no primeiro semestre, que pode manter os preços em patamares elevados”, diz ele.
Para este primeiro semestre, estimativas do CEPEA indicam que é baixa a disponibilidade de mandioca de dois ciclos para abastecer o mercado. Portanto, caso a colheita de raízes mais novas – dependente de preços favoráveis – não avance, a oferta deve seguir baixa. O pesquisador aponta que, num cenário de baixos estoques da fecularia isto pode contribuir para que manter os atuais preços da mandioca.
Ainda que os preços estejam favoráveis ao produtor, o setor não espera uma grande oferta de mandioca de 12 meses (um ciclo). “Não é viável para o produtor. Pois as raízes de um ciclo têm menor rendimento de amido”, explica o pesquisador.