O feriado do dia 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil) e as chuvas que caíram nas regiões produtoras dificultaram a colheita da mandioca na semana passada. Além disso, segundo informações do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), também há pouca disponibilidade de lavouras de segundo ciclo para colheita, e muitos produtores têm demonstrado baixo interesse pela comercialização de raízes mais novas, principalmente em razão do menor rendimento de amido.
Com estes fatores, os preços da mandioca continuaram em alta, segundo levantamento do CEPEA. Os dados da instituição apontam que a média nominal a prazo da tonelada posta fecularia foi de R$ 550,36 (R$ 0,9571 por grama de amido), 2,5% acima do registrado no período anterior.
INCERTEZAS – No Paraná, maior produtor de fécula do país, o clima é de incerteza entre os agroindustriais. Isto porque estão previstas mais chuvas para esta semana, o que pode diminuir ainda mais a oferta de raiz, continuando a pressão sobre os preços.
As indústrias têm sentido pressão dos produtores para aumentar os preços. Elas reclamam que, de um lado, os produtores querem uma remuneração maior pela raiz e, de outro, o mercado de fécula não aceita o repasse deste aumento de custo.
Parte da pressão pelo aumento de preços é consequência do baixo rendimento da mandioca. Com menos amido, a remuneração é menor se comparado aos valores quando a produção era avaliada por tonelada, como explicou na última reunião do SIMP (Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná), o agroindustrial Ivo Pierin Júnior. “Se compararmos o que pagávamos por tonelada, o preço está menor”, explicou.
Já o agroindustrial João Eduardo Pasquini asseverou também n reunião do SIMP, que, historicamente, a partir do mês de outubro começa a escassear a matéria-prima. “Sempre foi assim. Este ano tem sido um pouco mais acentuado por conta da seca e pela geada que enfrentamos. Mas o que está acontecendo no mercado pode ser considerado como normal”, explicou ele.
EXPORTAÇÃO – Se o mercado interno não vem aceitando um preço que reflita a alta do custo da raiz, o mercado externo está bastante aquecido. Várias agroindustriais informaram que tem aumentado as exportações de féculas para países da América do Sul e outros continentes. E a expectativa é que as exportações cresçam mais ainda este ano. (Fonte: CEPEA e SIMP)