As chuvas que vem caindo no centro sul do Brasil nas últimas semanas têm prejudicado a colheita de mandioca, reduzindo a oferta. Mas, a redução na entrega da raiz não chega a comprometer a indústria, que continua operando pouco abaixo de toda a capacidade instalada. Industriais falam que têm recebido entre 70 e 90% do programado o que garante o processamento.
Este cenário foi exposto por diretores e associados da Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca (ABAM) que se reuniram na manhã desta sexta-feira (29) por videoconferência. Esta situação foi confirmada pelo pesquisador do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), Fábio Isaias Felipe, que participou do encontro e fez um relato da conjuntura e perspectiva para os mercados de raiz, fécula e farinha de mandioca.
Aliás, as chuvas têm trazido incertezas para o mercado. As precipitações pluviométricas e a pandemia do coronavírus SARS-CoV-2 prejudicaram o monitoramento das lavouras. Com isto, o CEPEA não tem como aferir com exatidão se a previsão de colheita neste primeiro semestre de 2021 está se confirmando. “Ainda não sabemos exatamente quanto de mandioca tem no campo e será colhida até o meio do ano”, disse Isaias Felipe.
O economista do CEPEA apresentou mapas do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) apontando a precipitação acumulada no país nos últimos 30 dias, 15 dias e desta semana. Na ilustração fica claro que o volume de chuvas está reduzindo. A expectativa dos associados da ABAM é que a partir da segunda semana de fevereiro as chuvas percam forças.
Os industrias também apontaram que as chuvas têm derrubado o rendimento da raiz e provocado doenças como a podridão. O excesso de chuvas aliada às altas temperaturas têm deixado as lavouras mais suscetíveis à doenças, contatou também o estudo do CEPEA.