Informações do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) e do SIMP (Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná) apontam que, ao contrário da semana anterior, que teve o menor volume de processamento por parte das indústrias por falta de matéria-prima, a partir desta semana a oferta de raiz de mandioca deve aumentar substancialmente por conta da retomada da colheita viabilizada com as chuvas do último fim de semana. No entanto, a oferta da raiz não garante uma redução nos preços, pois, segundo diretores e associados do SIMP, não se sabe exatamente o volume de lavouras que ainda falta ser colhida ainda.
Nota divulgada nesta segunda-feira (04) pelo CEPEA indica que “com o menor ritmo de colheita, devido à estiagem, o volume de esmagamento das fecularias recuou de forma expressiva na última semana, totalizando 28,5 mil toneladas, o mais baixo desde fevereiro deste ano”
O centro de estudos de mercado informa que “muitas empresas chegaram a interromper as atividades industriais, apesar da tentativa de obter matéria-prima em regiões mais distantes”.
Em relação aos preços, o CEPEA diz em sua nota que entre 27 de setembro e 1º de outubro, o preço médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia subiu 3,2%, para R$ 539,21 (R$ 0,9378 por grama de amido), o mais alto desde outubro de 2020. Em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI), por outro lado, a média da semana fechou 19% abaixo da do mesmo período do ano passado.
Na última sexta-feira (01), o SIMP, após sua reunião semanal de mercado, divulgou a informação de que “as chuvas previstas para ocorrer em todo o Estado neste fim de semana vão melhorar a oferta de mandioca para as indústrias, que vem disputando a raiz por conta da estiagem que atinge as regiões produtoras. Mas os agroindustriais não sabem prever por quanto tempo o mercado deve ficar pacificado, já que são incertos os números referentes aos que já foi colhido e o que foi podado e será arrancado no segundo ciclo”.
A seca que vinha alimentando o preço da raiz foi interrompida, mas, segundo industriais ligados ao SIMP, o preço da mandioca não deve recuar. Eles entendem que não há espaço para redução de preços e também não devem pressionar. É que os atuais preços podem estimular o plantio de mandioca por produtores que estão buscando alternativas agrícolas mais rentáveis. Além disso, a renda que vem caindo pode piorar, comprometendo a remuneração dos produtores. Para não perder o controle sobre o mercado, os agroindustriais terão que administrar bem a produção própria para fazer frente aos solavancos do mercado. (Com informações do CEPEA e SIMP)