A doença conhecida como couro de sapo, que pode promover perdas de até 100% na lavoura de mandioca e a rastreabilidade ao longo da cadeia produtiva da raiz foram os principais assuntos debatidos na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Mandioca e Derivados, que funciona junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). “Foi uma reunião muito produtiva e, mais uma vez, mostrou que o setor está organizado e unido, lutando pelos mesmos objetivos”, disse o presidente da Câmara, Oswaldo Zanqueta.
A reunião foi na tarde desta terça-feira, dia 17, e realizada por videoconferência. Além da adoção de procedimentos de rastreabilidade e do couro de sapo, também foi apresentada a metodologia de coleta de dados de produção de mandioca adotada pela Emater de Minas Gerais e as diretrizes em Inovação Agropecuária desenvolvida pela Diretoria de Apoio à Inovação para Agropecuária da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação ((DIAGRO/SDI/MAPA).
Sobre a rastreabilidade, Glauco Bertoldo, do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (DIPOV) informou que a exigência atualmente é só para produtos frescos, ou seja, atinge os produtores da chamada mandioca de mesa, que é comercializada in natura diretamente ao consumidor ou congelada nos supermercados. Neste momento, as indústrias de fécula e farinha não precisam participar desta cadeia de custódia, embora o setor acredite que no futuro terá que haver esta rastreabilidade.
O presidente Zanqueta aproveitou a participação de Bertoldo no encontro e pediu seu apoio para a libertação de alguns herbicidas pré e pós emergente, que são fundamentais para a cultura da mandioca, já que os atualmente autorizados têm um curto período de ação.
COURO DE SAPO – Já o pesquisador Saulo Oliveira, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), apresentou as últimas informações sobre o couro de sapo, uma doença que pode provocar grandes prejuízos, já que ela provoca a podridão da raiz e não acumula amido, embora o caule e as folhas geralmente não apresentem qualquer sintoma.
“Acho que estamos tendo uma incidência maior do que se imagina sobre o couro de sapo. Eu mesmo detectei podridões em algumas lavouras minhas e achei que era outra razão (gongo ou outra praga). Agora já acho que foi o couro de sapo. Temos que estar alerta”, adverte Zanqueta.