O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) está propondo às indústrias de mandioca do noroeste do Estado a explorar todo o seu potencial para a produção de biogás e, principalmente, processá-lo de forma a agregar mais valor ao produto.
Para provocar o setor a discutir o assunto, o coordenador do Programa Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR), Herlon Almeida, participou da última reunião conjunta da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (ABAM) e Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (SIMP), quando propôs uma realização de uma reunião com representantes do setor para tratar exclusivamente do assunto. A reunião foi por videoconferência na sexta-feira, dia 23.
O RenovaPR é um programa do Governo do Estado, que tem entre seus objetivos: estimular a produção própria e interna de energia nas unidades produtivas; reduzir custo de produção e ampliar a competitividade de nossos produtos agrícolas e agroindustriais; estimular a expansão das cadeias produtivas já existentes e o surgimento de novas; promover a adequação ambiental das unidades produtivas com tratamento e correta destinação dos dejetos; e criar no Paraná nova e próspera cadeia produtiva do biogás e biometano que estimule negócios e atraia investimentos. É exatamente a participação das indústrias de mandioca nesta cadeia que levou Almeida à reunião.
Para ele, há no momento um desperdício do potencial de produção, porque a região pode gerar mais biogás do que gera atualmente, em quantidade suficiente para continuar sendo usada como energia térmica nas indústrias e o excedente refinar para produtos mais nobres, agregando valor ao produto.
Como exemplo, citou a possibilidade de produção, a partir do biogás do metanol, usado como matéria-prima para sintetizar produtos químicos, que, por sua vez, são usados na produção de adesivos, solventes, pisos, revestimentos, entre outros.
Além disso, a produção do biometano, outra alternativa, pode ser vendido para a Compagas (Companhia Paranaense de Gás), a estatal responsável pela distribuição de gás canalizado no Paraná.
Herlon Almeida defende que o setor aprofunde as discussões sobre o assunto. “Eles precisam conhecer todas as possibilidades, ter consciência que está havendo um desperdício do setor”, diz ele, acrescentando que a região tem o maior potencial do Estado para a geração de biogás”.
O representante do IDR defende a formação de um grupo de estudo e a realização de um estudo de viabilidade. Com base neste estudo, o setor pode decidir um modelo de negócio e até atrair investidores. “Pode ser um negócio coletivo”, opina Almeida.
Após a explanação do técnico, os diretores da ABAM e do SIMP se comprometeram a estudar o assunto e marcar uma reunião exclusiva para a apresentação da proposta do RenovaPR.