O Instituto Agronômico (IAC) lançou, na última terça-feira, dia 30, dez cultivares, sendo seis de feijão e quatro de mandioca. Os grãos são destinados aos mercados interno e externo e uma das cultivares, a IAC 2154, é inédita no Brasil. As raízes se destacam pela excelente qualidade e produtividade. Uma delas, a IAC 6-01, tem o maior teor de betacaroteno do mercado, equivalente a 800 UI de vitamina A — em média as cultivares têm, no máximo, 240 UI de vitamina A.
Das quatro variedades de mandioca lançadas pelo IAC, duas são de mesa: a IAC 6-01 e a IAC 28-00. O objetivo das pesquisas realizadas durante 20 anos é fornecer ao mercado mandiocas com alta produtividade e baixo tempo de cozimento das raízes tuberosas, além de resistência à bacteriose, principal doença da cultura, e adaptadas ao sistema de produção.
Já as duas outras cultivares de mandioca lançadas são para indústria. A IAC 90, que tem excelente qualidade na produção de farinha e de fécula e alta produtividade, com potencial produtivo superior a 25 toneladas por hectare, com um ciclo. Já a IAC 118-95 é uma das mais produtivas do mercado. Seu potencial produtivo é superior a 30 toneladas por hectare com um ciclo.
A IAC 6-01 reúne qualidades que agradam aos consumidores e aos agricultores. Para o consumidor, a IAC 6-01 oferece polpa amarela, com teor de betacaroteno equivalente a 800 UI de vitamina A — em média as cultivares no mercado têm, no máximo, 240 UI de vitamina A. O betacaroteno é uma das formas de se obter naturalmente a vitamina A.
“Além desse incremento na qualidade nutricional do alimento, a IAC 6-01 ainda tem cozimento rápido, inferior a 35 minutos. Ou seja, traz o pacote completo para conquistar apreciadores em varejões e mercados”, comenta José Carlos Feltran, pesquisador do IAC.
Para os agricultores, a nova cultivar atrai pelo potencial produtivo superior a 30 toneladas por hectare, sendo colhida 12 meses após o plantio. As raízes têm formato cilíndrico regular, com plantas compactas de porte alto: primeira ramificação tem em torno de 0,60 cm.
IAC 28-00 – Com alta produtividade — tem potencial produtivo superior a 35 toneladas por hectare. As raízes têm formato cônico cilíndrico regular e a película da raiz é de cor marrom claro, com polpa creme. A colheita é feita 12 meses a partir do plantio, em uma planta compacta de porte alto, tendo a primeira ramificação altura em torno de 0,60 cm. Para o consumidor, a boa notícia é o cozimento rápido: em menos de 30 minutos já está pronta para ser saboreada.
“Após 20 anos de pesquisas, chegamos a duas cultivares de mesa que reúnem qualidades para gerar renda aos produtores e agradar muito aos consumidores”, diz Feltran.
As avaliações do material começaram em 2001 e foram feitas em várias regiões paulistas, incluindo São José do Rio Pardo, Monte Alegre do Sul, Pindamonhangaba e Engenheiro Coelho. “Nesses experimentos constatamos estabilidade e capacidade produtiva dessas duas cultivares de mesa do IAC”, diz o pesquisador do IAC, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).
A cultivar de mandioca para indústria IAC 90 destaca-se pela alta produtividade, com potencial produtivo superior a 25 toneladas por hectare, com um ciclo. Outro destaque está na casca das raízes claras e com polpa branca. Segundo Feltran, essas características, somadas ao alto teor de matéria seca nas raízes, são muito apreciadas pela indústria de farinha e fécula. “A película clara e o alto teor de matéria seca, que nesta cultivar é de cerca de 36%, proporcionam alta qualidade e alto rendimento industrial na produção de farinha e de fécula”, afirma.
A cultivar IAC118-95 de mandioca para indústria é uma das mais produtivas do mercado. Seu potencial produtivo é superior a 30 toneladas por hectare com um ciclo. Tem características muito apreciadas pela indústria de farinha e fécula por apresentar película da raiz creme claro e polpa de cor branca muito intenso, além de alto teor de matéria seca nas raízes — cerca de 40% de matéria seca. Esse pacote tecnológico proporciona elevada qualidade e alto rendimento industrial na produção de farinha e de fécula. “Tanto a IAC 90 como a IAC 118-95 têm raízes longas de formato cônico cilíndrico regular e pouca presença de fibras, perfil que é apreciado pelo mercado”, afirma Feltran.
As duas cultivares de mandioca IAC para indústria resultam de pesquisas iniciadas na década de 1990. Os experimentos, feitos em Assis, Santa Maria da Serra, Presidente Prudente e Martinópolis, no interior paulista, permitiram constatar a estabilidade e a capacidade produtiva dos novos materiais em diferentes ambientes e épocas. Os materiais estão registrados junto ao Registro Nacional de Cultivares do Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária (RNC/MAPA). (Do Portal Agro Link)