Uma visita ao campus de Paranavaí do Instituto Federal do Paraná (IFPR) pelo deputado federal Filipe Barros e pelo pesquisador-chefe da Embrapa Mandioca Fruticultura, Alberto Duarte Vilarinhos e do agroindustrial Ivo Pierin representando a Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca (ABAM) e Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (SIMP) tornou mais próximo a possibilidade de instalação de uma Unidade Mista de Pesquisa e Transferência de Tecnologia (UMIPTT) da Embrapa na instituição de ensino. O reitor do Instituto, Odacir Zanatta, recepcionou, junto com o diretor do campus, José Barbosa Dias Júnior, os visitantes.
“Foi um dia histórico”, resumiu o deputado após a visita ao campus e à ABAM, onde se reuniu com industriais do setor. Segundo ele, as articulações estão avançadas para atender duas demandas que recebeu em 2019, no primeiro ano de seu mandato: fortalecer o Instituto em Paranavaí e a cadeia produtiva da mandioca, que é uma das principais culturas regionais.
Paranavaí é o município sede da região que mais produz mandioca no Brasil para fins industriais e o Paraná responsável por 70% da fécula de mandioca produzida no país, sendo 40% na região noroeste.
A visita foi consequência da audiência virtual com o ministro Milton Ribeiro, no dia 14 do mês passado, quando lideranças locais, junto com o parlamentar e o reitor Zanatta, trataram da possibilidade de Paranavaí ser sede de uma das reitorias do IFPR, que será reestruturado. O ministro disse que as sedes das reitorias já estavam praticamente definidas (Curitiba, Maringá, Londrina e possivelmente Cascavel), mas que poderia viabilizar a mudança de tipologia do campus de Paranavaí.
AMPLIAÇÃO DO CAMPUS – A tipologia é o que define, por exemplo, o número de professores e técnicos e, consequentemente o número de cursos e de estudantes. Na apresentação que fez aos visitantes, o diretor Barbosa explicou que a proposta é mudar a atual tipologia de 70 X 45 para 150 X 100 – o primeiro número é de professores e o segundo de técnicos, ou seja, mais que dobraria o número de docentes e técnicos. Esta alteração viabilizaria a criação de pelo menos onze novos cursos.
Ainda segundo Barbosa, a mudança de tipologia aumentaria a área de ação do campus de Paranavaí, que passaria a atender uma região com uma população estimada em 2,5 milhões de habitantes, passando de 32 municípios para 144, inclusive alguns do sul de Mato Grosso do Sul e oeste de São Paulo. Outra informação é de que o número de alunos passaria dos atuais 1.200 para 2.500 a 3 mil alunos. Por fim o diretor salientou a necessidade de construção de mais um bloco didático para atender esta nova estrutura.
O reitor Zanatta anunciou que já baixou portaria constituindo um grupo de trabalho para estudar e propor a mudança de tipologia do campus de Paranavaí e que se a reestruturação do IFPR não trará uma reitoria à cidade, sua elevação é uma grande conquista e terá um impacto positivo sobre a região.
O deputado Filipe Barros agradeceu o apoio que vem recebendo do ministro Milton Ribeiro (Educação), do presidente Jair Bolsonaro e do reitor Zanatta para promover a reestruturação do campus de IFPR em Paranavaí, que vai permitir fortalecer a instituição e a cadeia produtiva de mandioca “grande geradora de empregos e renda na região”.
O parlamentar ressaltou que “o grande sonho” de trazer a Embrapa para a região para firmar uma “parceria forte” com o Instituto está cada vez mais próximo. Disse não ter dúvidas de que a unidade de pesquisa de mandioca no campus será viabilizada e anunciou que será apresentada para 2022 uma emenda de bancada para garantir os recursos necessários à construção do novo bloco didático para abrigar a nova estrutura do campus.
Filipe salientou que atuará em duas frentes de trabalho: numa vai buscar recursos para ampliar o campus e noutra vai atuar na articulação política, junto à ministra Tereza Cristina e ao presidente da Embrapa Celso Luiz Moretti para viabilizar a instalação da UMIPTT em Paranavaí.
RECONHECIMENTO INTERNACIONAL – Em nome da iniciativa privada, Pierin Júnior agradeceu o empenho do deputado “que acolheu nossas reivindicações” e tem atuado para promover a aproximação entre a Embrapa e o IFPR. Explicou que o parlamentar “enxergou as oportunidades da região, que são enormes”. Enfatizou que a “mandioca não é só fécula e farinha” e tem muitas outras aplicações, tendo um grande potencial de desenvolvimento.
Por sua vez, o chefe da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Alberto Vilarinhos, disse que nos últimos 15 anos três pesquisadores da Unidade foram alocados no Paraná (junto a Embrapa Soja, em Londrina) para acompanhar e dar suporte ao desenvolvimento da produção de raiz e fécula de mandioca no Estado.
Especificamente sobre a unidade de pesquisa, citou que a Embrapa há 10 anos não realiza concurso e desde 2016 está proibido de contratar terceiros para projetos. No entanto, a Empresa já recebeu autorização para organizar um concurso para o ano que vem e também há uma perspectiva de que o Judiciário suspenda a proibição de terceirização de alguns serviços.
Se isto ocorrer, disse Vilarinhos, a ideia é, no concurso, abrir vagas específicas para pesquisadores atuarem em Paranavaí e também contratar terceiros para projetos específicos da região.
Na ABAM, Vilarinhos disse que, embora a Embrapa Mandioca tenha técnicos em Londrina, o “ideal” é tê-los mais próximos. “Mas antes precisamos reforçar o time”, SUBLINHOU.
Também na Associação, Filipe Barros reafirmou seu compromisso de que acredita na região e acredita no potencial da cultura e de que não medirá esforços para que o noroeste seja reconhecido internacionalmente como referência na cultura e industrialização de mandioca.