Pesquisadores de renomadas instituições de pesquisa e ensino lançarão, durante o Congresso Brasileiro de Mandioca, o livro “Manejo Integrado de Plantas Daninhas em Mandioca: Um Desafio Ambientalmente Correto”. A obra, segundo um de seus autores, Valdemir Antonio Peressin, pesquisador científico do Instituto Agronômico (IAC) da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, “aborda os mais variados temas relacionados a biologia e manejo das plantas daninhas, como os relacionados a matocompetição; plantio direto; métodos de controle de plantas daninhas e, finalizamos com o controle químico”.
No último tema – controle químico – o livro traz “como de costume”, uma tabela, intitulada Herbicidas registrados para uso na cultura da mandioca no Brasil. “Cabe enfatizar, que em 1988, quando iniciamos os nossos trabalhos junto ao (IAC), existiam apenas 3 formulações de herbicidas registrados para a cultura da mandioca e atualmente existem 82 formulações”, sublinha o pesquisador.
Segundo Peressin, a obra “é fruto do trabalho conjunto de diversas instituições: Centro de Horticultura do (IAC), Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) -campus de Marechal Cândido Rondon, Paraná; Centro Nacional de Pesquisa de Mandioca e Fruticultura da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); e UPL do Brasil Indústria e Comércio de Insumos Agropecuários S.A. pelo suporte técnico-econômico viabilizando-se assim a tiragem deste livro”, que será publicado em três idiomas (português; inglês; espanhol).
Junto com Peressin, que trabalha na área de biologia e controle de plantas daninhas há mais de 30 anos, assinam o livro o professor Neumárcio Vilanova da Costa, da Unioeste; o pesquisador José Eduardo Borges de Carvalho, da Embrapa e o também Jose Carlos Feltran, também do IAC.
O objetivo dos autores é que a obra atinja também outros países, como a Nigéria, Congo, Tailândia e Gana. “A produção desses países, quando somados a produção do Brasil, representam 56,11 % da produção mundial de mandioca. Isso evidencia a abrangência das nossas pesquisas na área de biologia e controle de plantas daninhas”, informa Peressin.
O Congresso Brasileiro de Mandioca, onde será lançado o livro, será realizado de 29 deste mês a 1° de dezembro. É uma promoção da Sociedade Brasileira de Mandioca, Associação Brasileira dos Produtores de Amido de mandioca (ABAM), Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Mandioca e Derivados, Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (SIMP) e Sindicato Rural de Paranavaí. Esta edição, a de número 18, será totalmente on line e as inscrições estão abertas no link https://cbmandioca.com.br/inscricao.
IMPACTO DAS PLANTAS DANINHAS – O pesquisador científico Valdemir Peressin explica que dentre os fatores que podem afetar negativamente a produtividade da mandioca no campo, destaca-se a presença de plantas daninhas (matocompetição), que reflete na economia agrícola em caráter permanente. Ocasionam expressivos prejuízos ao disputarem com a planta a mesma água, luz e nutrientes, além de outras formas de interferências negativas (alelopatias).
No entanto, muitos avanços obtidos no manejo integrado de plantas daninhas na cultura da mandioca já foram divulgados no Brasil. Este fato, juntamente com a necessidade de divulgar outros resultados de pesquisa gerados pelo IAC, Embrapa e Unioeste estimularam os autores a preparar este inédito livro.
“Espera-se que tais resultados, a maioria ilustrados com fotos, possam auxiliar na tomada de decisão para adoção deste método de tratos culturais da mandioca no Estado de São Paulo, Brasil e no mundo. Ressalta-se que tais informações são de ordem puramente técnica e quando envolver a utilização de defensivos agrícolas deve-se observar a legislação vigente”, enfatiza o pesquisador.
Segundo ele, além de importante veículo de formação científica e tecnológica à nova geração de estudantes dessa estratégica área de conhecimento da humanidade, este precioso livro será também, por sua fácil compreensão informativa, um poderoso instrumento de práticas culturais aos agricultores da mandioca, “o mais brasileiro dos alimentos”.
CONHEÇA OS AUTORES – Valdemir Antonio Peressin, pesquisador do IAC, possui graduação em Agronomia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1984), mestrado em Fitotecnia pela Universidade de São Paulo (1991) e doutorado em Agronomia (Produção Vegetal) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1997). Ingressou no IAC em 1988, onde passou a se dedicar a pesquisas sobre o manejo integrado de plantas daninhas na cultura da mandioca, envolvendo a matocompetição e eficácia de herbicidas aplicados em pré e pós-emergência das plantas daninhas e da cultura da mandioca. Também desenvolve outros trabalhos de pesquisas com as culturas da mandioca e batata doce, envolvendo fisiologia, fitotecnia, manejo e tratos culturais e adubação. Coordena o programa de melhoramento do IAC objetivando a biofortificação da cultura batata doce e colabora nos programas de melhoramento do IAC de mandioca de mesa e indústria.
Neumárcio Vilanova da Costa é professor Associado da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Marechal Cândido Rondon, Paraná, Brasil. Possui graduação em Agronomia pela Universidade do Tocantins (2002), mestrado e doutorado em Agronomia (Agricultura) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Tem experiência na área de Agronomia, atuando principalmente nos seguintes temas da Matologia (Ciência das Plantas Daninhas): ecologia e biologia, matointerferência, sistemas de manejo sustentáveis das plantas daninhas em áreas de plantio direto convencional e orgânico, resistência aos herbicidas, seletividade e eficiência de herbicidas, tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas. É líder do Grupo de Estudos em Matologia do Oeste Paranaense da Unioeste (GEMOP). Membro Sócio da Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas e da Sociedade Brasileira da Mandioca. Atualmente é coordenador do Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PPGA) da Unioeste.
José Eduardo Borges de Carvalho é pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa de Mandioca e Fruticultura da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia – 1971; Mestrado em Fitotecnia pela Escola Superior de Agricultura ‘Luiz de Queiroz’ da USP – 1976 e Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas pela Escola Superior de Agricultura ‘Luiz de Queiroz’ da USP – 1986. Dedica-se à pesquisa, desenvolvimento e inovação no manejo de solo, de coberturas vegetais e integrado de plantas daninhas nas culturas de citros, mamão e mandioca há mais de trinta anos.
Jose Carlos Feltran é pesquisador Científico do Centro de Horticultura do Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Graduado em Agronomia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1997), mestre em Agronomia (Agricultura) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2002) e doutor em Agronomia (Agricultura) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2005). Desde 2005 é Pesquisador Científico do Instituto Agronômico Campinas (IAC), com sede em Campinas/SP. Desenvolve trabalhos de pesquisas com as culturas da mandioca, batata e batata doce, envolvendo fisiologia, fitotecnia, manejo e tratos culturais e adubação. Participa do programa de melhoramento de batata, batata doce e mandioca de mesa e indústria do IAC.