O uso da mandioca na produção animal será destaque no Congresso Brasileiro de Mandioca 2021, no painel 5 “Mandioca e seus derivados na alimentação animal”, que será apresentado em 30 deste mês, às 14 horas. O Congresso será aberto na noite anterior, dia 29, às 19 horas. E acontecerá nos dois dias subsequentes, 30 e 1° de dezembro.
O painel será coordenado e moderado pelo pesquisador Tadeu Vinhas Voltolini – Embrapa Semiárido de Petrolina/PE. Ele tem experiência na área de Zootecnia, com atuação na área de Sistemas de Produção Animal Sustentáveis, e desenvolve trabalhos utilizando a mandioca na alimentação de pequenos animais, principalmente caprinos.
A primeira palestra será proferida pelo professor de Forragicultura e Pastagens da Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA, Thiago Carvalho da Silva, que abordará o Estado da arte e perspectivas da mandioca na produção animal sustentável.
Na sequência será apresentada a palestra “Impactos da utilização de derivados de mandioca na produção de ruminantes e no controle de ectoparasitas”, que ficará sob a responsabilidade da professora Maximiliane Zambom, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE. A professora atua na área de alimentos alternativos, conservação de alimentos, nutrição de ruminantes, nutrição de bovinos e caprinos leiteiros, qualidade do leite e sistemas de produção de leite.
O terceiro painelista será Esdras Braga de Oliveira, apresentando suas experiências no uso da mandioca na alimentação de ovinos na Fazenda Cabanha Desafio – Vitória da Conquista/BA. Neste painel os debatedores serão o pesquisador do programa de melhoramento genético de mandioca, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Vanderlei da Silva Santos e a professora Elisa Cristina Modesto, da Universidade Federal do Rio Grande Sul, zootecnista e atuante na área de aproveitamento de resíduos da agroindústria (silagem e feno de rama de mandioca, bagaço de azeitona).
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Mandioca (SBM), entidade promotora do evento, Marcos Roberto da Silva, “a demanda é crescente pelo uso da mandioca na alimentação de animais, seja no uso dos derivados da agroindústria ou como vem sendo desenvolvido pelos pecuaristas, produzindo mandioca para utilização da planta toda (raízes, hastes e folhas). A raiz como fonte de energia e o terço superior como fonte de proteína. A proteína da folha da mandioca se assemelha em qualidade (composição de aminoácidos) à proteína da soja (principal fonte de proteína em rações animais)”.
Além disso, diz ele, os teores de proteínas nas folhas da mandioca (em torno de 22%) não são desprezíveis. “Se levarmos em conta vários cortes, a produtividade de proteínas a partir da folha da mandioca tende a ser maior que a da soja. Sem contar que, dada a rusticidade da mandioca, a perspectiva é de que a proteína da folha seja mais barata que a da soja. Num cenário em que se busca encontrar alimentos alternativos à soja (proteína) e ao milho (energia), a mandioca tem um grande potencial. Esse painel busca mostrar esse potencial”, finaliza o presidente da SBM.