Foram publicadas recentemente no Diário Oficial da União as portarias com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura da mandioca. A estimativa de área foi de 1 milhão 280 mil hectares para uma produção de 19 milhões e 400 mil toneladas, o que corresponde a um crescimento de 1,9% em relação ao ano passado. Trata-se do novo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE, de janeiro de 2020.
A mandioca é plantada em todo o país, porém os Estados produtores com maior destaque são Pará, Paraná, São Paulo, Amazonas, Acre, Bahia, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.
Os novos estudos de Zoneamento Agrícola classificam os riscos de produção conforme as condições térmicas e hídricas essenciais ao estabelecimento, enraizamento e ganho inicial de matéria seca nas raízes.

Ao comentar o novo zoneamento, o técnico da Agrícola Horizonte, de Marechal Cândido Rondon, e membro do Conselho Técnico Econômico da ABAM (Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca (ABAM), Sigmar Herpich, diz que o novo zoneamento retarda um pouco o plantio na região, já que também foram consideradas no modelo agroclimático as categorias de solo, conforme a capacidade de retenção de água associada à textura e os materiais genéticos para propagação.
“A gente teve uma pequena alteração. Nos anos anteriores tínhamos o início do plantio recomendado do começo de julho até o dia 15, 20 de outubro. Agora passou um pouco mais para frente, para o mês de agosto até final de outubro. Essa diferenciação se deu principalmente pelo índice de satisfação de necessidade água. A Embrapa verificou, juntamente com o Iapar e Emater, em uma reunião realizada em Umuarama, que nós tivemos uma seca mais presente nos meses de junho, fazendo com que alguns plantios não tivessem sucesso, visto que no início da cultura da mandioca na fase de emergência ela precisa de um índice de chuva para fazer essa emergência, e isso não se fez historicamente”, comenta Herpich.
Essa alteração, segundo ele, baseia-se no histórico da cultura na região, levando em conta a satisfação da água e o limite de corte térmico da capacidade de água disponível no solo. “Para cada tipo de solo é feita uma análise. No Paraná nós temos três tipos de solo: arenoso, médio e argiloso. O solo argiloso, que é o principal tipo de solo da nossa região, tem uma capacidade de maior armazenamento de água do que os outros solos. Para se ter uma noção, a capacidade de retenção na profundidade média, onde estão as raízes absorventes da cultura da mandioca, em solo argiloso é de em torno de 90 milímetros, enquanto que no solo arenoso é de 42 milímetros. Baseado nessas informações é que foi determinada a melhor época para o plantio”, explica Herpich. (Com informações da edição on line do jornal O Presente, de Marechal Cândido Rondon-PR).