A Comissão Organizadora do XVIII Congresso Brasileiro de Mandioca anunciou que a Palestra Magna, logo após a cerimônia de abertura do evento, na próxima segunda-feira, dia 29, será proferida pelo pesquisador Evaristo de Miranda, chefe da Embrapa Territorial (Campinas-SP) e comentarista do canal AgroMais. O painel tratará dos desafios para a sustentabilidade e competitividade da cadeia produtiva da mandioca no Século XXI. Ele abordará o tema na palestra “A agricultura brasileira é sustentável? Dados, mitos e desafios”.
“Sim, a agricultura é sustentável”, antecipa ele. “Na palestra vou mostrar com dados oficiais que a agricultura brasileira é uma das mais sustentáveis do planeta”, acrescenta. Segundo ele, a agricultura moderna é sinônimo de inovação tecnológica, rentabilidade e sustentabilidade.
Miranda aponta que dois dados sustentam a afirmação de que a agricultura brasileira é sustentável; o primeiro é que 66,3% do território brasileiro está conservado e 33,2% desta área estão nas mãos de produtores rurais, preservados como reservas legais, Área de Proteção Ambiental (APA), etc. “São áreas que foram adquiridas e pagas pelos produtores ou por seus pais, são patrimônios particulares e que valem R$ 3 trilhões. Isto mesmo. É um patrimônio imobilizado de R$ 3 trilhões. Quem faz isso? Qual outra categoria econômica tem patrimônio desses imobilizado?”, questiona.
De acordo com suas informações, em média, o agricultor brasileiro explora economicamente apenas 50% de sua área. A outra metade está intocada. “É claro que no sul e sudeste do país a área explorada é maior, mas no Norte e Nordeste é menor. Então, na média, o agricultor usa apenas a metade de sua área para a agricultuira”, reforça.
Miranda diz que nos últimos 40 anos, a agricultura brasileira evoluiu muito, graças à pesquisa de variedades, sistemas de plantio, manejo integrado de pragas, integração de culturas etc. “Em algumas culturas temos duas a três colheitas por ano”, comemora ele.
Citou ainda que o país vive ciclos produtivos, como aconteceu com a avicultura e a suinocultura. “Agora, as grandes cooperativas estão investindo na piscicultura”, diz ele, para em seguida afirmar que a mandioca também vive um bom momento, com inovações tecnológicas e sistema modernos e preservacionistas de plantio.
O produtor rural brasileiro, diz o comentarista da AgroMais, está vivendo um bom momento. “Ele está ganhando dinheiro. Mas não está comprando apartamento em Miami. Está investindo em máquinas novas, em novas tecnologias para produzir mais”, diz, lembrando que para o ano que vem o crescimento da área cultivada no país vai crescer três milhões de hectares. “Que pais consegue crescer uma área dessas em apenas um ano?”, pergunta.
O CONGRESSO – O Congresso Brasileiro de Mandioca é uma promoção da Sociedade Brasileira de Mandioca, com o apoio da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (ABAM), Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Mandioca e Derivados, Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (SIMP) e Sindicato Rural de Paranavaí. Nesta edição o tema será “A Mandioca na Bioeconomia Circular e Sustentável”. O evento será no formato online e acontecerá entre 29 de novembro a 01 de dezembro de 2021. No dia 29, às 19 horas, haverá a cerimônia de abertura seguida da Palestra Magna. Nos dois dias seguintes, os painéis, debates, minicursos serão durante o dia.
O Congresso é um dos principais eventos de integração dos agentes da cadeia produtiva da mandioca, representados por instituições de ensino, pesquisa, assistência técnica e extensão, defesa vegetal, produtores agrícolas e empresários. O objetivo é promover o desenvolvimento da cultura da mandioca, seus derivados e afins no Brasil, incentivando o intercâmbio de informações. É também uma oportunidade para se apresentar inovações tecnológicas geradas no setor agroindustrial da mandiocultura – máquinas e equipamentos industriais, e levantar e prospectar novas demandas de interesse para o setor.
Estarão no evento pesquisadores, especialistas, técnicos da assistência técnica e extensão rural, produtores de mandioca e seus derivados, empresários da agroindústria, máquinas e equipamentos, lideranças de organizações de produtores, técnicos de nível médio e superior dos setores públicos e privados, professores de cursos técnicos profissionalizantes, de universidades, faculdades e estudantes de nível técnico, de graduação e de pós-graduação dessas instituições.