A Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA) desenvolveu um questionário que pretende avaliar o nível de incidência e distribuição da doença “couro de sapo”, que incide na mandiocultura.
Podem colaborar com o questionário produtores, empresários, extensionistas, pesquisadores, professores e demais agentes que atuam na cadeia produtiva da mandioca. As informações vão ser usadas de forma agregada, sem a identificação dos respondentes, para orientar tomada de decisão quanto à pesquisa e à formulação de políticas públicas.
A doença, também conhecida como couro de jacaré, tem sido observado em lavouras localizadas no Amazonas, Pará, Bahia e, mais recentemente, Paraná e São Paulo. É causada por um vírus e um fitoplasma e causa grandes danos para a mandioca, podendo inviabilizar a produção em toda uma região. Os sintomas se caracterizam pela presença de sulcos ou lábios nas raízes, com diminuição do diâmetro, engrossamento da película, sendo que esta fica com aspecto corticoso e de difícil desprendimento, a entrecasca fica opaca e também de difícil desprendimento. A maioria das cultivares conhecidas, quando infectadas pelos patógenos do couro de sapo, não expressam sintomas na parte aérea, sendo os danos somente percebidos durante a colheita, fato que dificulta ainda mais seu controle.
Segundo o fitopatologista Saulo Oliveira, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, o método de controle mais eficiente deve ser efetuado preventivamente pela seleção rigorosa do material de plantio, ou seja, pelo uso de manivas sadias, evitando a introdução de material de áreas afetadas. “Em áreas de ocorrência, deve-se realizar a eliminação de plantas doentes dentro do cultivo, também conhecida como roguing”, explica ele, que é um dos responsáveis pelo questionário, ao lado dos pesquisadores Carlos Estevão Leite Cardoso e Éder Jorge Oliveira.
Até o momento, a limpeza de plantas infectadas só é possível em escala de laboratório ou por meio de câmaras térmicas. Por isso, a Embrapa recomenda a utilização de manivas ou mudas com qualidade fitossanitária assegurada, como é o caso das mudas produzidas por maniveiros ligados à Rede de multiplicação e transferência de materiais propagativos de mandioca com qualidade genética e fitossanitária (Reniva).
Outra opção é o uso de câmaras de tratamento térmico, que são estruturas similares a casas de vegetação, produzidas com custo mais baixo, que permitem a limpeza de materiais infectados por meio da utilização de altas temperaturas (até 55° C), com eficiência de até 80% para a maioria dos patógenos de mandioca.
O questionário está disponível até 31 de julho e pode ser acessado neste link. (Do Portal Agrolink)