O produtor de mandioca Nelson de Paula Netto pretendia dobrar sua área plantada de 180 hectares da raiz no município de Rondon, no Paraná, neste ano, mas recuou. Ele alega que o preço da fécula de mandioca pago ao produtor pela indústria não está compensando, embora tenha subido pela sétima semana consecutiva.
Segundo pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, o valor médio registrado na semana de R$ 485,89 (ou R$ 0,8450 por grama de amido), representa uma alta de 1,5% frente à anterior. Mas, na comparação com o mesmo período do ano passado, o valor atual é 34% menor.
“A indústria aqui no noroeste do Paraná está pagando R$ 0,86 pela grama de amido de mandioca. Esse preço não paga a conta. O prejuízo é de R$ 10 mil por alqueire. Para compensar, teria que ser no mínimo R$ 1,10 a grama”, diz Nelson, lembrando que em 2022 a mandioca alcançou o maior preço histórico: R$ 2,17. “Meu pai dizia que na época plantar mandioca estava dando mais dinheiro do que roubar banco.”