Embora em patamares elevados (cerca de R$ 1,20 o grama de amido), o preço de raiz de mandioca parece estar se estabilizando. Durante reunião conjunta da Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca (ABAM) e do Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (SIMP), realizada na última sexta-feira (19), vários industriais informaram que, apesar de o mercado “continuar esquisito”, há sinais claros de que os produtores estão satisfeitos com a remuneração nos atuais patamares e começaram a melhorar a oferta.
Parte desta acomodação deve-se ao fato de que houve melhora na renda da mandioca (teor de amido), o que garante melhor remuneração. Houve quase que unanimidade que o mercado se estabilizou a partir da última quarta-feira, dia 17 (na segunda, 15, foi feriado), quando os produtores pararam de pressionar por melhores preços.
A expectativa é que os atuais preços se mantenham até a virada do ano.
Ainda que os preços tenham se normalizado, a pressão reduzida e a oferta melhorada, as indústrias ainda estão operando com ociosidade.
Na reunião conjunta não deu para perceber se as empresas vão parar neste fim de ano, como é tradição em algumas delas.
CEPEA – Por sua vez, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), ligado à USP (Universidade de São Paulo), emitiu nota nesta segunda-feira, afirmando que “com os atuais preços da mandioca em patamar elevado e a necessidade de fazer caixa, parte dos mandiocultores tem mostrado interesse na comercialização”.
No entanto, segundo as pesquisas do Centro, a maioria dos produtores continua postergando as entregas para o próximo ano.
A nota afirma ainda que a demanda industrial segue firme, visto que as empresas pretendem formar estoques para os próximos meses. Mesmo assim, o esmagamento continuou abaixo das expectativas dos agentes, e parte das unidades industriais já considera antecipar o período de recesso ou férias coletivas para o início de dezembro”.
O CEPEA estimou que entre 15 e 19 de novembro, o esmagamento de mandioca pelas fecularias tenha sido de 34,8 mil toneladas, crescimento de 11,4% frente ao período anterior. Ainda assim, a ociosidade média foi de 52% da capacidade instalada.
“Quanto aos preços, a média nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia fechou a R$ 678,14 (R$ 1,1794 por grama de amido), 2,8% maior que a da semana anterior. Em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI), este valor está 21,4% acima do registrado no mesmo período de 2020”, finaliza a nota.