A primeira reunião do ano da Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca (ABAM) foi também a primeira em conjunto com o Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (SIMP), que tem abrangência estadual e reúne, além de feculeiros, também industriais do setor de farinha. A proposta da aproximação foi apresentada na última reunião do ano da entidade nacional pelo agroindustrial Eduardo Pasquini, diretor e ex-presidente das duas entidades. Ao final do encontro, os presidentes Guido Bankhardt (Sindicato) e Valter de Moura Carloto (ABAM) avaliaram positivamente a experiência.
“A reunião foi muito positiva, porque tem muitos assuntos do nosso setor que devem ser discutidos conjuntamente pelas duas entidades. E foi o que aconteceu hoje aqui”, disse Bankhardt, ao final da reunião.
Na avaliação dele, os associados das duas entidades podem se ajudar. “As duas indústrias, a de farinha e a de fécula, trabalhando juntas, terão resultados muito bons”, acrescentou. O presidente do SIMP defende que, periodicamente, sejam repetidas as reuniões conjuntas.
Por sua vez, Carloto também considerou a reunião como “muito positiva!”. Para ele a reunião mostrou a união do setor e os assuntos tratados durante o encontro foi do interesse dos associados das duas entidades. “A ABAM e o SIMP podem andar de mãos dadas para enfrentar os problemas do setor, como a falta de mandioca e dificuldades de mercado”. Ele disse que “as duas entidades têm que estar juntas sim”, pois os problemas que atingem os produtores de amido e os de farinhas “com certeza são os mesmos”.
Um dos temas tratado durante a reunião foi o aproveitamento do resíduo industrial da mandioca para a produção de energia. “Este é um tema que interessa aos dois segmentos da cadeia produtiva. Nós temos um grande trunfo na mão, que é a matéria-prima para a produção de biogás, podendo aprimorar isso e reduzindo os nossos custos na indústria ficando nosso produto mais competitivo de mercado”, analisou Carloto.
PAUTA – A reunião realizada na noite desta quinta-feira (06), na sala compartilhada pela ABAM e SIMP que dividem o mesmo endereço, teve a participação do melhorista do IAPAR, Wilmar Ferreira Lima, que falou sobre plantio direto e colheita mecanizada da mandioca; William Agyei-Manu, diretor executivo do Ghana Cassava Centre of Excellence (Centro de Excelência de Mandioca de Gana), que apresentou a instituição e manifestou o desejo de estreitar relacionamento com a cadeia produtiva brasileira de mandioca, já que seu país, embora seja o maior produtor de mandioca do mundo, tem grande dificuldades no processamento do tubérculo; o consultor Gabriel de Souza Prado, da Clean Environment Brasil, e o presidente da ABiogás (Associação Brasileira de Biogás e Biometano), Alessandro Gardemann, que discorreram sobre soluções ambientais e energéticas aplicadas nas indústrias de mandioca, que tem grande potencial para a produção de energia.
Os industriais também discutiram o mercado da mandioca e da fécula, que vem se mantendo estável.