A menor disponibilidade de raiz de mandioca neste ano e incertezas sobre a área e volume seguem dando sustentação aos preços da matéria-prima e também dos derivados. Dados do CEPEA mostram que os valores atuais da raiz operam nos maiores patamares nominais desde outubro de 2020. Em termos reais, as cotações são as mais elevadas desde novembro de 2020.
Para este ano, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que a área a ser colhida com mandioca no País caia 2,6%, para 1,23 milhão de hectares. A produtividade média brasileira para 2021 deve ser de 15 toneladas/hectare, 0,8% maior que a do ano passado. Assim, a produção de mandioca somaria 18,6 milhões de toneladas, 1,8% abaixo da de 2020.
PARANÁ – No Paraná as chuvas da semana passada, que persistiram por vários dias não garantiram a oferta de raiz, que estava paralisada, até então, por cauda da seca. Além das chuvas, também contribuiu para manter o mercado firme com leve alta na semana passada, a decisão dos produtores de, pressionados pelo custo de produção, recuar na oferta à espera de preços melhores.
Em relação às chuvas elas devem atrapalhar novamente a colheita no Estado. Aliado ao feriado nacional desta terça-feira, dia 12 (Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil), as chuvas que devem recomeçar na quarta-feira, vão comprometer o arranquio da raiz.
Mas ainda que houvesse oferta de raiz, analisaram os agroindustriais em reunião do Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (SIMP), na sexta-feira passada ((08), os produtores vão continuar a pressão sobre o preço até para compensar a queda na renda da raiz.
Esta busca por melhores preços da raiz não deve encontrar muita resistência entre as indústrias. Primeiro porque elas reconhecem que está havendo uma alta nos custos de produção e, segundo, os preços melhores podem estimular a manutenção do produtor de mandioca na atividade, já que muitos deles estariam buscando alternativas agrícolas mais rentáveis.
A alternativa, dizem os agroindustriais, é buscar a valorização da fécula e da farinha para poder suportar o aumento no preço da matéria-prima. “Temos que valorizar o produto para não desvalorizar o produtor”, defendeu o agroindustrial Roland Schurt, de Goioerê, na região de Campo Mourão, diretor do SIMP e da Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca (ABAM). (Fonte: CEPEA e SIMP)