O Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná (SIMP) está iniciando um projeto que prevê a geração de energia elétrica a partir dos resíduos da raiz. Trata-se do Projeto GEF Biogás Brasil, que é uma iniciativa da UNIDO (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial) em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
O Projeto recebe recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment Facility, ou GEF) e tem como objetivo principal ampliar a oferta de energia e combustível renovável a partir da geração de biogás e biometano, além de fortalecer as cadeias nacionais de fornecimento de tecnologia no setor.
No Paraná, o projeto está sendo desenvolvido em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), que indicou o Sindicato das Indústrias Moveleiras, que usam os resíduos para produzir energia veicular para mover as empilhadeiras, e o SIMP, que vai transformar o biometano gerado nas suas lagoas em energia elétrica, para desenvolvimento do projeto. Outros setores devem ser contemplados.
UNIDO, FIEP e SIMP celebraram convênio de cooperação técnica “para desenvolver projetos de interesse na área de tratamento de resíduos sólidos orgânicos agroindustrial por biodigestão anaeróbia”. Pelo convênio, a UNIDO disponibiliza equipe técnica para a modelagem de projetos, com sua avaliação técnica, jurídica e financeira.
“A UNIDO vai disponibilizar o projeto e as empresas arcarão com os custos da implantação”, informa o presidente do Sindicato, Guido Bankhardt. Segundo ele, nove empresas já colocaram suas plantas industriais à disposição para implantação do projeto.
Vencida a parte burocrática, a primeira fase agora é traçar um plano de trabalho entre técnicos da UNIDO, direção do SIMP e empresários interessados. A primeira reunião para elaborar este plano será nesta quarta-feira, dia 3, através de videoconferência.
Bankhardt conta que o projeto, no caso das indústrias de mandioca, será para transformar o gás metano em energia elétrica. Atualmente as indústrias do setor (fecularias, farinheiras, fábricas de beiju etc), em sua maioria, já produz o biogás aproveitando os resíduos da raiz. Mas ele é utilizado como energia térmica para aquecer as caldeiras.
“O que acontece é que, mesmo usando nas caldeiras, está sobrando biogás. A ideia é usar o excedente para produzir energia elétrica”, diz o presidente do SIMP. Na região pelo menos uma indústria, a Amidos Pasquini, de Nova Esperança, já faz isso. Guido Bankhardt ressalva que a maioria das indústrias de mandioca tem capacidade para produzir mais biogás, mas não o faz, porque já está sobrando. “Este projeto, inclusive, vai nos orientar a produzir ainda mais o biogás”, revela ele.