Prestes a deixar a chefia do Embrapa Mandioca e Fruticultura, o pesquisador Alberto Duarte Vilarinhos, defendeu que entidades como a Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca (ABAM) tenham uma maior proximidade com os agentes políticos. “Trabalhar com o Legislativo é fundamental para o desenvolvimento da cadeia produtiva da mandioca”, disse ele a agroindustriais de mandioca na reunião da ABAM, na semana passada (dia 28).
Esta foi a última participação de Vilarinhos nas reuniões da ABAM, como chefe do CNPMF (Centro Nacional de Pesquisa de Mandioca e Fruticultura). Embora sua gestão tenha terminado no começo do ano, ainda não foi nomeado seu substituto. A Embrapa tem um critério próprio de nomeação de chefias, que passa por concurso interno e entrevistas Tem ganho força na substituição o nome do pesquisador Francisco Ferraz Laranjeira Barbosa, o Chico Laranjeira, atualmente chefe-adjunto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da unidade.
Vilarinhos participou da reunião para fazer uma prestação de contas dos recursos já liberados para a Embrapa através de emendas parlamentares, a importância destes recursos e o impacto deles sobre a cadeia produtiva da mandioca.
Segundo diretores da ABAM, o setor nunca tinha recebido recursos destinados exclusivamente para pesquisas na cadeia produtiva da mandioca, através da Embrapa. Ano passado, o deputado Filipe Barros, liberou R$ 400 mil, através de emenda parlamentar, para “fomentar pesquisas de novas cultivares de mandioca no Paraná, região de Paranavaí”.
Os recursos foram destinados à unidade da Embrapa Mandioca e Fruticultura, mas para aplicação no campo avançado situado em Londrina, que atende a região Centro-Sul do Brasil. Para este ano serão liberados mais R$ 700 mil e para 2023 mais R$ 500 mil, conforme compromisso assumido pelo parlamentar com o setor.
Segundo a apresentação do chefe da Embrapa Mandioca e Fruticultura, dos R$ 400 mil já liberados, R$ 115 mil estão sendo destinados para as seguintes finalidades: identificação de espécies de moscas brancas associadas a mandioca e vírus associados a estas; indexação de plantas, com o objetivo de revitalizar jardim clonal (plantas básicas) dos materiais livre de vírus; e em pesquisa em mandioca para o Centro-Sul do Brasil. Outra quantia, de R$ 85 mil, foram aplicados na Embrapa Soja em Londrina, onde está localizado o campo avançado da Embrapa Mandioca e Fruticultura para o centro-Centro sul
sul do país, para a manutenção de veículos, combustível e insumos e para estudos de bioindicadores da qualidade de solos sob diferentes manejos na cultura da mandioca. Finalmente, outros 200 mil estão sendo aplicados na aquisição de um veículo a ser utilizado pelos pesquisadores do campo avançado no Paraná.
Para os R$ 700 mil que deverão ser liberados este ano, Vilarinhos sugeriu a aplicação no Grupo de Trabalho que atua no desenvolvimento de uma colhedeira de mandioca, pois hoje a colheita mecanizada é a principal demanda do setor. “Os recursos poderão assegurar o desenvolvimento de um protótipo ideal”, defendeu ele.
O chefe da Embrapa reforçou a necessidade de aproximação com o setor político e citou que alguns estados já estão conquistando emendas de bancada, ou seja, emendas propostas por todos os deputados de um Estado, o que permite indicar valor mais significativo no Orçamento Geral da União para determinada finalidade.