Com a participação de cerca de 650 produtores, a Cooperativa Agrícola Sul Matrogrossense (Copasul), de Naviraí, realizou o seu 3º Dia de Campo da Mandioca nesta quarta-feira (08), na Fazenda Santa Rosa, do Grupo Kamitani. Durante todo o dia, os produtores receberam informação sobre o sistema de produção, mercado e novas tecnologias.
Ao abrir oficialmente o evento pela manhã, o presidente do Conselho de Administração da Copasul, Gervasio Kamitani, destacou que, a nível nacional, a mandioca tem uma representação bem menor que a soja por exemplo. “No Brasil temos plantados cerca de 1.5 milhões de hectares de mandioca, enquanto a soja, só no Mato Grosso do Sul ocupa uma área de 4 milhões de hectares.
Mas, em termos mundiais, estima-se que a mandioca forma a base alimentar de 700 milhões de pessoas. Garantiu que a cooperativa que preside, que há 10 anos montou sua fecularia, vai continuar expandido os negócios nesta área.
Ele enalteceu os institutos de pesquisa como o IAC, de São Paulo, o Iapar (hoje IDR), do Paraná e a Embrapa Mandioca e Fruticultura, com sede em Cruz das Almas (BA) por estarem desenvolvendo variedades mais produtivas. Citou que a Copasul processa cerca de 120 mil toneladas de mandioca por ano e que a área de plantio está crescendo no Mato Grosso do Sul.
MERCADO E PALESTRAS TÉCNICAS – Logo após a abertura, o economista Fabio Isaías Felipe, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplica (CEPEA), vinculado a USP (Universidade de São Paulo), fez uma apresentação da atual conjuntura econômica, seu impacto no mercado de mandioca, fécula e farinha e as oportunidades e desafios do setor para este e o próximo ano.
Após a palestra de mercado, os produtores foram divididos em três grupos que se revezaram nas três estações do Dia de Campo. Numa das tendas estava o pesquisador da Embrapa, Rudiney Ringenberg que discorreu sobre manejo integrado de insetos e pragas na cultura da mandioca; cultivares de mandioca da Embrapa BRS CS 01 e BRS 420 foi o tema do agrônomo Marco Antônio Sedrez Rangel, também pesquisador da Embrapa; e o pesquisador Mario Takahashi, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) falou sobre manejo de material de propagação da mandioca e apresentação da cultivar IPR Paraguainha e IPR B36 (pelo).
Em todas as palestras foram levadas informações para que os produtores de mandioca se tornem mais eficiente em sua atividade e consequentemente deixando o setor mais competitivo.
COLHEDEIRA – No começo da tarde, após o almoço realizado na própria Fazenda Santa Rosa, a Inroda apresentou a colhedeira de mandioca Maná, que a empresa desenvolveu depois de cerca de cinco anos de estudos, criação de protótipos e validação. A máquina colheu dois bags de mandioca e mostrou-se eficiente.
Para técnicos do setor, a colhedeira vai reduzir sensivelmente os custos de produção (hoje o custo da colheita manual ou semimecanizada representa entre 35 e 40% do custo de produção) tornando o setor mais competitivo e permitindo ao produtor aumentar a sua rentabilidade.
O presidente Gervásio Kamitani elogiou a iniciativa da Inroda de desenvolver uma colhedeira para uma atividade rural que é pouco prestigiada pelas grandes indústrias de mecanização agrícola.
Após a apresentação prática, o consultor de pós-venda da Inroda, Bruno Gustavo da Silva, fez uma apresentação da máquina em detalhes, esclarecendo os aspectos que devem ser considerados pelo produtor quando resolver mecanizar a colheita de mandioca.
As atividades na Fazenda Santo Rosa se encerraram com uma apresentação do engenheiro agrônomo Cleiton Simão Zebalho, Superior Técnico da Mandioca da Copasul, sobre como a cooperativa está trabalhado no setor de mandioca e as principais recomendações agronômicas para garantir uma lavoura sadia e aumentar a produtividade da mandioca.
Por fim, na Associação Recreativa e Esportiva Copasul (AREC) os produtores puderam conhecer e acompanhar as demonstrações de máquinas agrícolas para várias atividades rurais.